Rodrigo Maia: presidente da Câmara afirma que negociação sobre privatização da Eletrobras está "madura" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 14h08.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2020 às 10h01.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, nesta terça-feira (18), que vê chances de a PEC da reforma tributária avançar, embora admita que o projeto sofre resistência do empresariado.
“Parte pequena do setor privado não quer reforma da tributária, só quer CPMF, quer redução do custo. Não vamos permitir a volta da CPMF. Na Previdência, as pessoas pagaram mais. Na tributária, serão os empresários”, afirmou.
Em evento do banco de investimentos BTG Pactual (controlador de EXAME), em São Paulo, o presidente da Câmara disse que o projeto pode destravar o crescimento econômico. “A gente só consegue fazer o Brasil crescer, gerar emprego e ter uma administração eficiente com a reforma tributária. Todas as reformas são importantes, mas o que gera desenvolvimento é um sistema tributário seguro e simples.”
Segundo o presidente da Câmara, a reforma tributária deve diminuir a carga de tributos no Brasil, principalmente, se aliada à reforma adminsitrativa. “A carga tributária no Brasil já é 36% do PIB e não tem nenhuma chance de ter um real de aumento real na nossa carga tributária”, disse.
Rodrigo Maia também comentou sobre a agenda de privatizações. “O governo ficou de mandar projetos para privatizar de 10 a 15 empresas e estamos aguardando. Quanto mais perto da eleição, fica mais difícil enfrentar esse tema”
Por outro lado, Maia afirmou que a negociação da desestatização da Eletrobras está “madura”. “Se fizer uma modelagem com relação a alguns senadores, tem condições de votar”, disse. “O Estado não vai conseguir manter a função, fora o custo frente aos concorrentes do setor privado.”
Já no projeto de privatização dos Correios, o governo deve enfrentar maior resistência, segundo Maia. “[O assunto] é pulverizado e redes sociais afetam o presidente, ele fica incomodado”. Para Maia, uma das soluções seria quebrar o monopólio. “Se não privatizar, que traga mais empresas para o setor”, comentou.