Economia

Na América Latina, México e Colômbia superam Brasil em ranking do PIB

Em lista com 51 países, economia brasileira ocupa a 25ª posição no terceiro trimestre de 2020. Tunísia lidera

PIB: na América Latina, México e Colômbia cresceram mais que o Brasil (FG Trade/Getty Images)

PIB: na América Latina, México e Colômbia cresceram mais que o Brasil (FG Trade/Getty Images)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 15h31.

Num ranking de 51 países que já divulgaram o Produto Interno Bruto PIB (PIB) do terceiro trimestre, o Brasil ocupa a 25ª posição, ao lado de países como Polônia, Estados Unidos, Holanda e Sérvia, que também tiveram crescimento em torno de 7% entre os meses de julho, agosto e setembro.

O Brasil cresceu 7,7% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre, segundo divulgou o IBGE nesta quinta-feira, após tombo histórico no segundo trimestre.

Os Estados Unidos cresceram 7,4% no período, enquando a economia chinesa teve expansão de 2,7%, ficando na 48ª posição no ranking, elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating.

Na América Latina, México e Colômbia cresceram mais que o Brasil, com expansão de 12,1% (11º lugar no ranking) e 8,7% (19ª posição). O ranking mostra que 15 países tiveram crescimento econômico de dois dígitos.

O economista-chefe da Austin, Alex Agostini, afirma que o resultado do PIB do terceiro trimestre veio um pouco abaixo do que ele esperava: 8,4%. Ainda assim, é um crescimento muito positivo, embora não vá repor as perdas na atividade econômica dos piores momentos da pandemia.

Para a Austin, a economia brasileira deve fechar o ano com retração de 4,2%.

- Depois de uma queda recorde no segundo trimestre, de 9,7%, um crescimento dessa dimensão é positivo, embora não reponha as perdas do ano - disse Agostini.

Ele destaca a recuperação da indústria e do setor de serviços como pontos positivos. No caso de serviços, já se vê recuperação nos transportes (aéreo e rodoviário) que foram muito afetados nos piores meses da pandemia

Agostini também aponta que o crescimento de 11% dos investimentos na margem mostra que os agentes econômicos começam a ficar mais confiantes.

- Mesmo que não sejam novos projetos, vemos o investimento voltando, especialmente na construção, um setor que gera muitos empregos - afirma o economista.

E o crescimento de 7,6% no consumo das famílias também é um sinal positivo já que este segmento representa dois terços do PIB, embora o desemprego ainda continue alto.

Para 2021, a Austin espera crescimento de 3,3%.

- O país só não cresce se o governo não conseguir andar com as reformas e apresentar um plano de estabilização fiscal. Atualmente, há uma onda de otimismo no exterior, com a chegada das vacinas contra o coronavírus e a eleição de Biden. A confiança está voltando e a Bolsa dá sinais disso e sobe - explica o economista.

No ranking dos PIBs, o primeiro lugar ficou com a Tunísia, que teve crescimento de 19,8% no período, na comparação com o segundo trimestre. No segundo lugar, aparece a França, com crescimento de 18,7% no período, seguida pela Malásia, com expansão de 0,6%.

Países que foram duramente afetados pela pandemia, como Espanha e Itália, aparecem na quarta e quinta posições, respectivamente. A economia espanhola teve expansão de 16,7% no período, enquanto a italiana cresceu 15,9%.

A maior economia na zona do euro, a da Alemanha, teve crescimento de 8,5% no terceiro trimestre, ocupando a 21ª posição no ranking.

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