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Empresários da indústria estão pessimistas para o primeiro semestre

Indicadores de expectativas para os próximos seis meses são os menores para um mês de janeiro desde 1999

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.

Há sete anos o empresariado brasileiro não manifestava sentimentos tão pessimistas em relação ao início de um ano quanto agora. O dado é da pesquisa trimestral Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta sexta-feira (27/1). Os empresários não têm grandes expectativas de crescimento nos próximos seis meses, tanto para a economia como para o próprio negócio. A carga tributária e os juros são os maiores empecilhos ao crescimento da indústria, segundo os entrevistados.

O humor do empresariado é medido por uma escala de 0 (mais pessimista) a 100 (mais otimista). No que se refere à economia, a expectativa para os próximos meses ficou em 58,4 pontos - o nível mais baixo desde janeiro de 1999. Historicamente, nesta época do ano, o indicador ultrapassa os 60 pontos, segundo a CNI. A estagnação da produção industrial no quarto trimestre de 2005, repetindo o comportamento do segundo e do terceiro trimestres do ano, foi determinante na avaliação dos empresários industriais, segundo o estudo: "Essa percepção pouco otimista da atividade industrial é resultado do fraco desempenho da indústria em 2005", diz o estudo.

A projeção negativa afeta sobretudo as pequenas e médias empresas em janeiro deste ano. O sentimento se estende há um ano, revela a pesquisa. As grandes empresas apostam em um quadro de estabilidade na comparação com os últimos seis meses. A carta tributária elevada é o maior entrave ao crescimento da atividade industrial segundo 72% das pequenas e médias empresas e 66% das grandes empresas. A taxa de juros é um problema compartilhado por 41% das empresas pequenas e médias e 48% das grandes.

Boas notícias à vista

Existem também algumas boas notícias no horizonte da indústria. Uma delas é que não há mais expectativa de redução das exportações para os próximos seis meses. A projeção, agora, é de estabilidade. O mesmo também vale em relação aos postos de trabalho. Não há mais estimativa de cortes como apontaram os dados de outubro do ano passado.

Quanto ao faturamento e as compras de matérias-primas, a expectativa é de que devam aumentar com certa moderação nos próximos seis meses. Desta forma, aponta o estudo, "é provável que a atividade industrial retome a trajetória de crescimento, em um ritmo moderado, nos próximos meses". A sondagem industrial da CNI ouviu 1 240 empresas de pequeno e médio porte e 212 de grande porte entre 4 e 24 de janeiro.

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