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Ata do Copom foi ultrapassada pelos fatos, diz economista

Texto divulgado hoje mostra que Banco Central não esperava uma queda tão forte do PIB, como a ocorrida no terceiro trimestre

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.

A retração da economia, no terceiro trimestre, superou todas as expectativas inclusive as do Comitê de Política Monetária (Copom). Por isso, a ata divulgada nesta quinta-feira (1º/12), referente à reunião da última semana que cortou os juros em 0,5 ponto percentual, já está ultrapassada, na avaliação de Pedro Paulo Bartolomei da Silveira, economista da Global Invest Asset Management.

"A ata já está desatualizada, porque criou um cenário mais benigno que o real", diz Silveira. Em um tom otimista, o documento sugere que a queda de 0,7% da produção industrial no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, mostra uma desaceleração da atividade que será revertida nos próximos meses.

Segundo a ata, o espaço para a queda dos juros reais se consolidará de modo "natural", à medida que os indicadores econômicos melhorem. Assim, o BC continuaria sua "atuação cautelosa". Para Silveira, isso mostra a disposição da autoridade monetária em continuar o atual ritmo de corte dos juros 0,5 ponto percentual por mês. "Mas a queda do PIB foi muito forte para continuar nesse ritmo", diz.

Assim, cresceram as chances de cortes maiores já a partir do próximo encontro, marcado para os dias 13 e 14 de dezembro. Já a economista Zeina Latif, do ABN Amro Real, afirma que nem o recuo do PIB será capaz de mudar a conduta do BC. "Somente a queda das expectativas de inflação para 2006 incentivaria um corte de 0,75 ponto", diz. Para Zeina, a ata divulgada hoje "deixa uma porta aberta" para os indicadores que serão divulgados até a próxima reunião, mas "em princípio, a queda do PIB não muda a tendência de queda".

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