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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.
Após sete anos em declínio, o rendimento médio real dos trabalhadores se estabilizou no ano passado em 733 reais, mesmo patamar de 2003, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador chegou a um valor recorde de 903 reais em 1996. A partir do ano seguinte, a renda real começou a cair anualmente. A pesquisa entrevistou quase 400 000 pessoas em 139 000 domicílios.
Além de ter sua queda interrompida, os ganhos dos trabalhadores também se desconcentraram, de acordo com o IBGE. Entre 2003 e 2004, a metade dos brasileiros ocupados que recebe as remunerações mais baixas teve um ganho real de renda de 3,2%. Em contrapartida, a metade dos ocupados que recebe os maiores salários sofreu perda real de 0,6%, classificada de "insignificante" pelo instituto.
O contingente de brasileiros com alguma ocupação também cresceu. No ano passado, 56,3% das pessoas com dez anos ou mais de idade desempenhavam alguma atividade econômica. Trata-se da maior taxa desde 1995, quando a porcentagem atingiu 57,6%. Entre os homens, 67,9% estavam ocupados no ano passado, a melhor proporção desde 1998, quando foi de 68,3%. Em relação às mulheres, a taxa foi de 45,5%.
Reflexo do alto grau de informalidade do mercado de trabalho brasileiro, apenas 46,5% da população ocupada contavam com algum tipo de cobertura previdenciária no ano passado. As categorias com maior taxa de cobertura foram os funcionários públicos (84,5% dos pesquisados), e os da educação, saúde e serviços sociais (83%). Na outra ponta, ficaram as atividades agrícolas (11,4%), serviços domésticos (28,1%) e construção civil (29%).