A presidente Dilma e Guido Mantega participam da reunião do CDS (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2011 às 13h22.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (26) que o governo brasileiro tem conseguido manter os índices de inflação sob controle bem mais do que outros países em desenvolvimento, como a Rússia e a Índia, que acumularam inflações de 9,4% e 8,8%, respectivamente, em 12 meses, de acordo com resultado apurado em março. Para Mantega, a situação do Brasil mostra que o país não “está mal na foto mundial”.
O ministro participou hoje da primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômica e Social de 2011, que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff e de outros integrantes do governo, além de empresários.
Ele defendeu a política econômica do governo para reduzir o déficit público, a inflação e o consumo e manter o crescimento da economia em torno de 5% nos próximos anos. Para Mantega, o problema da inflação é global, pois o mundo está vivendo um surto inflacionário, com forte pressão do preço das commodities. Ele apresentou, na reunião, dados que mostram que, nos últimos 12 meses, os preços das commodities, sem os alimentos e os produtos do setor industrial, aumentaram 37,8%. No caso dos alimentos, o reajuste chegou a 43,2% e, das commodities industriais, a 32,5%.
Para Mantega, o problema das commodities é mundial e preocupa, mas o governo não pode fazer muita coisa a não ser definir ações para evitar a contaminação dos preços internamente. “Por isso, é importante tomar medidas. Devemos usar todas as armas para combater a inflação: sejam elas monetárias ou fiscais”, disse.
De acordo com ele, entre as razões para a alta do preço das commodities estão a influência de fatores climáticos, como a seca e a chuva, e o aumento do consumo de alimentos em países em desenvolvimento. Outro problema apontado pelo ministro é a crise no Oriente Médio, que, segundo ele, causa problemas no preço do petróleo, além da especulação financeira.
O ministro criticou, ainda, a “política monetária frouxa” dos países desenvolvidos que tiveram de abrir mão de uma série de medidas de controle para enfrentar os efeitos da crise financeira.