Economia

Mundo deve às crianças infância sem exploração, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff afirmou, em conferência sobre trabalho infantil, que a "erradicação" desse "flagelo" é uma "tarefa moral, ética e social"

Dilma Rousseff durante discurso: "devemos às crianças uma infância sem violência e sem nenhum tipo de exploração", disse (Getty Images)

Dilma Rousseff durante discurso: "devemos às crianças uma infância sem violência e sem nenhum tipo de exploração", disse (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 13h29.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff discursou nesta terça-feira na III Conferência Global sobre Trabalho Infantil e afirmou que a "erradicação" desse "flagelo" é uma "tarefa moral, ética e social" que a comunidade internacional ainda tem pendente.

"Devemos às crianças uma infância sem violência e sem nenhum tipo de exploração, devemos um futuro de plena proteção, de direitos e de afirmação", declarou a chefe de Estado perante delegados de cerca de 140 países que participam da conferência, iniciada nesta terça-feira em Brasília.

Dilma foi a segunda oradora da cerimônia de abertura e foi precedida pelo diretor-geral da Organização Internacional de Trabalho (OIT), Guy Rider, que citou dados do último relatório desse organismo segundo o qual 168 milhões de crianças são vítimas do trabalho infantil no mundo.

A presidente declarou que são dados que "assustam" e representam "um dos maiores desafios de nossos tempos".

Dilma destacou que, nas últimas décadas, "a comunidade internacional avançou muito na proteção jurídica das crianças" e afirmou que hoje existe "um amplo conjunto de tratados e convenções com um elevado número de ratificação".

No entanto, a presidente ressaltou que "isso contrasta com a realidade cotidiana de pelo menos 168 milhões de crianças, o que representam 11% da população infantil do mundo e "ainda são vítimas do exploração no trabalho".


Em seu discurso, Dilma assegurou que o modelo de desenvolvimento "com inclusão" adotado pelo Brasil nos últimos 12 anos permitiu reduzir em 36% o número de crianças trabalhadoras no país.

Apesar dessa notável redução, alguns estudos oficiais calculam que o número de menores de 16 anos que trabalham no Brasil ronda os cinco milhões.

Embora tenha reconhecido que "falta muito por fazer", Dilma sustentou que o Brasil "é um exemplo que, com vontade política, ações continuadas e permanentes, é possível pôr em operação a força transformadora que levará a erradicar o trabalho infantil".

A Conferência Global sobre Trabalho Infantil foi organizada pelo Governo do Brasil e a OIT, junto com outras agências das Nações Unidas e entidades dedicadas à defesa dos direitos humanos e aos direitos da infância em particular.

O evento terminará na próxima quinta-feira, quando será divulgada a "Carta de Brasília", um documento que recolherá as conclusões dos três dias de debates.

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