Economia

Mulheres ganharam 20,5% menos que os homens em 2018, diz IBGE

Dependendo da profissão escolhida, mulheres recebem menos da metade, como é o caso de engenheiras e metalúrgicas

Mulheres: taxa de desemprego foi maior para o sexo feminino (Westend61/Getty Images)

Mulheres: taxa de desemprego foi maior para o sexo feminino (Westend61/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de março de 2019 às 10h49.

Última atualização em 8 de março de 2019 às 11h50.

Rio — A desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda é uma realidade no Brasil.

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, no ano passado, o rendimento médio das mulheres ocupadas equivalia a 79,5% do que era recebido pelos homens.

Apesar da diferença, os números mostram uma melhora em relação a 2017, quando o rendimento médio das trabalhadoras equivalia a 78,3% ao do dos homens, mas ficou inferior ao observado em 2016, que era de 80,8%.

No ano passado, a população ocupada na faixa etária de 25 a 49 anos totalizava 56,4 milhões de pessoas em todo o Brasil, sendo 54,7% de homens e 45,3% de mulheres.

Participação no mercado

A participação feminina no mercado de trabalho não mudou significativamente desde 2012, quando a pesquisa teve início, o que mostra o predomínio da participação masculina no contingente de trabalhadores ocupados, afirmou o IBGE.

Considerando-se as ocupações selecionadas no estudo, a participação das mulheres era maior entre os trabalhadores dos serviços domésticos em geral (95,0% do total de ocupados nessa função), professores do ensino fundamental (84,0%), trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos (74,9%) e trabalhadores de centrais de atendimento (72,2%).

Por outro lado, entre os cargos de diretores e gerentes, as mulheres tinham participação pequena (41,8% dos trabalhadores nessa função), com rendimento médio de R$ 4.435, o equivalente a 71,3% do recebido pelos homens na mesma profissão, de R$ 6.216.

Entre os profissionais das ciências e intelectuais, as mulheres tinham participação majoritária, 63,0% deles, mas recebiam apenas 64,8% do rendimento dos homens no mesmo cargo.

Profissões

Dependendo da profissão escolhida, as trabalhadoras chegam a receber menos da metade, como é o caso de engenheiros de minas e metalúrgicos.

Nessa profissão, homens recebem um salário médio de 11 mil reais, contra uma remuneração média de 5 mil reais recebida pelas mulheres na mesma profissão.

A diferença é ainda maior no caso de engenheiros eletrônicos, com salário médio de 12 mil reais para homens e 4 mil reais para mulheres no mesmo cargo.

Nas ocupações com maior nível de instrução também houve desigualdade nos rendimentos. Entre os professores do ensino fundamental, as mulheres recebiam 90,5% do rendimento dos homens.

Já entre os professores de universidades e do ensino superior, o rendimento das mulheres equivalia a 82,6% do recebido pelos homens.

Entre os médicos especialistas e advogados, as mulheres representavam 52% dos trabalhadores, mas ganhavam pouco mais de 70% do salário médio dos homens na mesma função.

Em 2018, o valor médio da hora trabalhada foi de 13 reais para as mulheres, enquanto a hora trabalhada por um homem valia 14,2 reais.

Horas trabalhadas

De acordo com o IBGE, as mulheres trabalhavam, em média, 4,8 horas semanais a menos do que os homens. Os números mostram que no ano passado, as mulheres trabalharam 37,9 horas, enquanto os homens atuaram por 42,7 horas.

O levantamento, no entanto, não leva em consideração o tempo a mais dedicado a afazeres domésticos e cuidados de pessoas.

Desemprego

A taxa de desemprego foi de 11,6% no quarto trimestre de 2018, mas muito mais elevada entre as mulheres (13,5%) do que entre os homens (10,1%), comportamento observado em todas as regiões do País.

As mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar no Brasil, 52,4% das pessoas nessa faixa etária no quarto trimestre de 2018, mas se mantiveram como a maior parte da população que estava fora da força de trabalho (64,7%).

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