Economia

Mulheres britânicas trabalharão 'de graça' até o fim do ano

O motivo? O velho fenômeno da diferença salarial baseada em gênero


	Desigual: de novembro a janeiro, as mulheres do Reino Unido vão trabalhar de graça devido à diferença salarial
 (Getty Images)

Desigual: de novembro a janeiro, as mulheres do Reino Unido vão trabalhar de graça devido à diferença salarial (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 10 de novembro de 2015 às 14h27.

São Paulo - Se alguém pedisse para você fazer o seu trabalho de graça a partir de hoje até o final do ano, você aceitaria?

Pois a última segunda (9) marcou o dia no ano em que as mulheres britânicas empregadas em horário integral passaram a trabalhar de graça devido à diferença de remuneração de 14,2 por cento que existe entre o salário delas e o dos homens.

É o que mostra uma pesquisa do Instituto Nacional de Estatística do país divulgado esta semana. Os dados sobre as disparidades salariais podem variar um pouco, mas a história é basicamente a mesma.

Em média, para cada £1 (uma libra esterlina equivale a cerca de seis reais) ganho por um homem, uma mulher leva para casa em torno de 85 pences (centavos de libra esterlina) por fazer o mesmo trabalho.

Desde 1970, é ilegal no Reino Unido remunerar os homens e mulheres de forma diferente por causa de gênero, ainda assim, quase meio século depois, as diferenças continuam. No ritmo atual de progresso, vai demorar mais de 50 anos para fechar a lacuna salarial, relata o The Guardian.

Na semana passada, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou que estava comprometido com a erradicação das disparidades salariais dentro de uma geração.

Cameron anunciou que empregadores maiores seriam obrigados a publicar os salários e bônus pagos a homens e mulheres em uma tentativa de pressionar as empresas a aumentar os salários das mulheres.

De acordo com a pesquisa, a única área onde as mulheres ganham mais que os homens é nos trabalhos de meio período, onde a diferença de remuneração fica negativa (5,5 por cento em favor das mulheres).

Segundo o Financial Times, isso provavelmente reflete o fato de que as mulheres mais velhas, mais experientes e mais bem remuneradas tendem a reduzir suas horas de trabalho, a fim de lidar com responsabilidades familiares.

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