Economia

Mujica: "vamos brigar por defeitos do Mercosul até a morte"

O presidente uruguaio disse que o bloco tem que lutar juntando seus 'problemas' e 'dores', 'negociando, brigando e rejeitando'

Mujica: 'temos um Mercosul que possui suas contradições, que respeitamos pouco e ao qual todos os dias fazemos alguma crítica, mas o que seria de nós se ele não existisse?' (Andrea Mazza/Wikimedia Commons)

Mujica: 'temos um Mercosul que possui suas contradições, que respeitamos pouco e ao qual todos os dias fazemos alguma crítica, mas o que seria de nós se ele não existisse?' (Andrea Mazza/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h55.

Montevidéu - O presidente do Uruguai, José Mujica, prometeu nesta segunda-feira 'brigar até a morte' pelo futuro do Mercosul, em um momento no qual os empresários do Paraguai e Uruguai reclamam que o Brasil e a Argentina colocam obstáculos ao comércio dentro do bloco.

'Temos um Mercosul que possui suas contradições, que respeitamos pouco e ao qual todos os dias fazemos alguma crítica, mas o que seria de nós se ele não existisse?', perguntou Mujica durante um discurso na sessão inaugural da 53ª Assembleia Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizada em Montevidéu.

'Para quem venderíamos esses carros que montamos: Alemanha ou Estados Unidos?', disse sobre as montadoras de automóveis instaladas no Uruguai com capital chinês e que no ano passado enfrentaram problemas por causa das barreiras impostas pelo Brasil à sua importação, medidas que depois foram retiradas.

'Os defeitos do Mercosul são nossos e vamos brigar por eles até a morte, sem fazer concessões e sem afrouxar', concluiu enérgico.

Mujica disse que o Mercosul tem que lutar juntando seus 'problemas' e 'dores', 'negociando, brigando e rejeitando', para que suas 'pequenas indústrias' tenham mercado.

O chefe de Estado uruguaio defendeu também o aprofundamento da colaboração com seus parceiros nas áreas de transporte, energia, educação e pesquisa.

As declarações de Mujica chegam em um contexto em que a oposição e os empresários uruguaios criticam seu Governo por sua suposta falta de reação diante dos impedimentos comerciais impostos pela Argentina e o Brasil.

Os obstáculos foram evidenciados com a diminuição das exportações a esses destinos nos dois primeiros meses do ano, com quedas de até 48% em alguns momentos em relação às vendas do mesmo período no ano anterior.

Desde quinta-feira, ocorrem atividades paralelas em Montevidéu, mas as sessões plenárias da Assembleia do BID começaram nesta segunda. 

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