Economia

Mudança faz governo perder respeitabilidade, diz Marina

Marina Silva, que ficou em terceiro lugar na disputa pela Presidência, disse que governo gastou além do limite e agora tenta mudar regras para não ser punido


	Marina Silva: sem citar nomes, ela criticou fato de Dilma não ter apresentado programa durante campanha
 (REUTERS/Nacho Doce)

Marina Silva: sem citar nomes, ela criticou fato de Dilma não ter apresentado programa durante campanha (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 15h01.

Brasília - A ex-ministra Marina Silva (PSB) afirmou nesta quinta-feira que o governo corre o risco de perder a "o que lhe resta de respeitabilidade política" ao tentar aprovar o projeto de lei que altera a forma de calcular do superávit primário, permitindo mais abatimentos.

Em artigo publicado em seu site, Marina, que ficou em terceiro lugar na disputa pela Presidência, disse que o governo gastou além do limite e agora tenta mudar as regras para não ser punido.

"O que está acontecendo é grave: o governo está comprometendo não apenas os recursos orçamentários, mas também o que lhe resta de respeitabilidade política, tudo para aprovar um projeto que permite abater, no cálculo da meta de superávit primário, as desonerações tributárias e os investimentos no PAC. Gastou além do limite e agora quer mudar o limite!", escreveu.

Em sessão que durou até as 5h da manhã desta quinta, o Congresso conseguiu votar o texto principal do projeto, mas ainda faltou uma emenda, que será apreciada na próxima terça-feira.

A ex-ministra também chamou de "imoral" o decreto da presidente Dilma Rousseff que condiciona a liberação de emendas parlamentares à aprovação do projeto.

Sem citar o nome de Dilma, Marina criticou o fato de a petista não ter apresentado um programa durante a campanha, mas disse que, mesmo sem ter colocado as propostas no papel, ela pode ser cobrada pela sociedade pelos seus atos.

"A Lei de Diretrizes Orçamentárias e a de Responsabilidade Fiscal foram escritas pelos congressistas. O Brasil espera que eles (o governo e a base aliada) não esqueçam disso", afirmou.

A ex-ministra defendeu ainda a proposta que apresentou durante a campanha de criar Conselho de Responsabilidade Fiscal para fiscalizar o cumprimento das metas fiscais.

Segundo ela, o órgão evitaria "as falácias da chamada 'contabilidade criativa'".

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