Economia

Morgan Stanley melhora projeção de PIB do Brasil

Para a inflação, a previsão do Morgan passou de alta de 8,1% este ano para 6,9%


	Morgan Stanley: em 2017, a previsão para o crescimento da economia foi elevada de 0,6% para 1,1%
 (Spencer Platt/AFP)

Morgan Stanley: em 2017, a previsão para o crescimento da economia foi elevada de 0,6% para 1,1% (Spencer Platt/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 16h48.

Nova York - O banco norte-americano Morgan Stanley melhorou as previsões de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e reduziu as estimativas de juros e inflação, na expectativa de um cenário menos incerto e turbulento no governo de Michel Temer.

A expectativa de contração da economia de 2016 foi reduzida de queda de 4,3% para recuo de 3,8%.

Em 2017, a previsão para o crescimento da economia foi elevada de 0,6% para 1,1%. O banco também fez uma estimativa para 2018 de avanço de 2,5% no PIB.

Para a inflação, a previsão do Morgan passou de alta de 8,1% este ano para 6,9%. Em 2017, o banco agora espera aumento de preços de 5,4%, abaixo dos 7% previstos anteriormente.

Para 2018, a inflação é vista dentro da meta do Banco Central, de 4,5%. Uma revisão também foi feita nas projeções para a Selic, que deve cair dos atuais 14,25% para 13,25% este ano e baixar para 10% em 2017, nível que deve continuar em 2018.

"A crise política brasileira ainda está se desenrolando, mas acreditamos que há alguma clareza sobre a trajetória de políticas econômicas para os próximos trimestres", afirmam os analistas do Morgan, Arthur Carvalho, Guilherme Paiva e Thiago Machado no relatório com as previsões.

O calcanhar de aquiles do Brasil continua sendo a política fiscal e, sem medidas de ajustes, a trajetória da dívida pública será de piora continuada, avalia o banco.

A expectativa, porém, é de que as chances de aprovação no Congresso de medidas de ajuste sejam maiores agora do que foram em 2015.

Apesar da expectativa de um ajuste fiscal no governo Temer, os analistas do Morgan Stanley ressaltam que a tarefa exige desafios e o tamanho da deterioração das contas públicas brasileiras torna difícil uma melhora substancial no curto prazo.

O melhor resultado, neste cenário, seria reduzir de forma considerável o crescimento da relação dívida/PIB, um dos principais indicadores de solvência de um país.

O Morgan ressalta que o desafio de organizar a política fiscal já era alto no final de 2014, mas depois de dois anos de recessão e uma incapacidade do governo de Dilma Rousseff de cortas gastos as coisas ficaram muito piores.

Para reaquecer a economia brasileira, Temer vai precisar de medidas capazes de estimular a confiança de investidores e consumidores, afirma o Morgan.

No caso da inflação, a avaliação do banco é de que a valorização do real deve ser um dos principais fatores para retirar a pressão para a alta dos preços - por isso a revisão para baixo das estimativas.

Com isso, o Banco Central deve ser capaz de cortar juros "mais cedo e de forma mais agressiva" do que o esperado anteriormente.

Apesar de as expectativas para a inflação estarem em queda, os analistas do banco não veem um corte da Selic ocorrendo antes da reunião de política monetária de outubro.

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