Economia

Moody's altera perspectiva do Brasil de negativa para estável

Agência vê sinais que "funcionamento da estrutura de políticas econômicas está melhorando" e que "instituições estão recuperando sua solidez"

A Moody's cita sinais de recuperação da atividade e inflação em queda (Scott Eells/Bloomberg)

A Moody's cita sinais de recuperação da atividade e inflação em queda (Scott Eells/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 15 de março de 2017 às 17h31.

Última atualização em 15 de março de 2017 às 18h44.

São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's alterou hoje de negativa para estável a perspectiva da nota dos títulos de dívida do Brasil.

Entre os fatores para a decisão, são citados "sinais de que o funcionamento da estrutura de políticas econômicas está melhorando e de que as instituições estão recuperando sua solidez", o que permite a implementação das reformas fiscais.

A agência cita o teto de gastos públicos com correção pela inflação, já em vigor para os próximos 20 anos, e espera a aprovação de uma reforma da Previdência no segundo semestre.

Ainda assim, a previsão é que a relação dívida/PIB do Brasil vá de 70% do PIB no final de 2016 para cerca de 80% em 2019.

Isso acontece porque "a recuperação econômica tímida e gradual pressiona as receitas do governo, contribuindo para déficits mais elevados".

Outro fator que pesou na decisão de rever a perspectiva foi a recente estabilização das condições macroeconômicas.

A Moody's cita sinais de recuperação da atividade e inflação em queda com previsão de fechar o ano já na meta de 4,5% definida pelo Banco Central.

A projeção da agência é que o crescimento do país fique entre 0,5% e 1% em 2017 e em 1,5% em 2018, se estabilizando na faixa entre 2% e 3% nos anos seguintes.

Outro fator citado foi que "os riscos de passivos contingentes relacionados ao apoio financeiro à Petrobras diminuíram, reduzindo em consequência os riscos de deterioração, enquanto o custo fiscal do alívio da dívida concedido aos governos estaduais permanece limitado."

O Ministério da Fazenda enviou nota afirmando que a reavaliação "é um reconhecimento importante dos recentes esforços na recuperação fiscal e destaca os benefícios a serem alcançados com a efetivação das reformas."

O Brasil perdeu o grau de investimento pela Moody's em fevereiro de 2016, quando sua nota caiu dois degraus de uma vez e ainda foi colocada em perspectiva negativa.

Isso sinalizava a possibilidade de mais um rebaixamento, que acabou não acontecendo e agora foi descartado. Já a volta do grau de investimento, se vier, ainda deve demorar.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraCrise econômicaCrises em empresasDívida públicaMoody'sPrevidência SocialPEC do TetoReforma da Previdência

Mais de Economia

Estado de SP abre 37 mil novas empresas em outubro, recorde histórico

Lula celebra aprovação da isenção do IR no Senado: 'Justiça tributária'

BC mantém tom duro — e as dúvidas sobre início do ciclo de cortes da Selic