Economia

Moody's vê risco de inflação com alta no salário mínimo

A agência de classificação de risco, no entanto, afirmou que o reajuste deste piso salarial do país é "positiva", pois aumenta a "previsibilidade" da política econômica

Para o vice-presidente da Moody's, a economia brasileira está forte para "lidar com choques externos" eventualmente advindos do agravamento da crise internacional (Marcelo Calenda/EXAME.com)

Para o vice-presidente da Moody's, a economia brasileira está forte para "lidar com choques externos" eventualmente advindos do agravamento da crise internacional (Marcelo Calenda/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2011 às 13h52.

São Paulo - O vice-presidente da Moody's, Mauro Leos, disse hoje que a alta de 14% do salário mínimo encomendada para 2012 "pode ter impacto inflacionário." Contudo, ele ressaltou que a regra que determina o reajuste deste piso salarial do país é "positiva", pois aumenta a "previsibilidade" da gestão da política econômica. "A norma que estabelece a elevação do salário mínimo vale todos os anos, e é definida de forma objetiva", disse ele, em palestra em São Paulo.

Embora tenha ressaltado que a medida pode colaborar para elevar os preços da economia no Brasil, Mauro Leos afirmou que não está preocupado com a trajetória dos índices de preços ao consumidor no curto prazo. "Nós pensamos que a inflação no país vai baixar", comentou, ressaltando que hoje ela está ao redor de 7,2% no acumulado em 12 meses. Mas Leos destacou que a mediana das expectativas de economistas de mercado apurada pela pesquisa Focus indica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingirá 5,53% em 2012.

"Para quem avalia rating soberano, algum fator de apreensão poderia ocorrer caso o Banco Central não estivesse atuando para controlar a inflação. Mas não é isso que está ocorrendo hoje", disse ele, em entrevista a jornalistas.

De acordo com Leos, a economia brasileira está forte o suficiente para "lidar com choques externos" eventualmente advindos do agravamento da crise internacional. Ele ressaltou que o País apresenta um bom desempenho do balanço de pagamentos, possui cerca de US$ 350 bilhões em reservas cambiais e é credor externo líquido. O vice-presidente da Moody's, contudo, afirmou que o Brasil possui "alguns desafios" no futuro próximo, pois "é fraco" o tamanho da poupança como proporção do PIB, que atinge 20% do Produto Interno Bruto. "Não é como a China, que tem 50% de poupança em relação ao PIB", destacou.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilInflaçãoMoody's

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE