Economia

Moody's vê estabilidade no crédito de empresas brasileiras

Agência ressaltou que 20% dos emissores com notas no país enfrentam pressões negativas


	A desvalorização do real ante o dólar deve ajudar as exportadoras brasileiras no próximo ano, prejudicando, por outro lado, as empresas com dívida em moeda norte-americana
 (Marcos Santos/usp imagens)

A desvalorização do real ante o dólar deve ajudar as exportadoras brasileiras no próximo ano, prejudicando, por outro lado, as empresas com dívida em moeda norte-americana (Marcos Santos/usp imagens)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 12h07.

São Paulo - A Moody's afirmou que a qualidade de crédito das companhias brasileiras deve permanecer estável nos próximos 12 meses, mas ressaltou que 20 por cento dos emissores com notas no país enfrentam pressões negativas.

Em relatório nesta terça-feira, a agência de classificação de risco disse que o crescimento econômico no país enfrenta riscos de deterioração, com piora das expectativas e possibilidade dos protestos públicos reforçarem percepções negativas do mercado.

"Embora nossas perspectivas sejam estáveis para 74 por cento dos ratings corporativos de empresas brasileiras não financeiras, 20 por cento dos emissores com rating no Brasil enfrentam pressões capturadas por perspectivas negativas ou por rating em revisão para possível rebaixamento", afirmou a vice-presidente e analista sênior Barbara Mattos.

A Moody's acrescentou que a desvalorização do real ante o dólar deve ajudar as exportadoras brasileiras no próximo ano, prejudicando, por outro lado, as empresas com dívida em moeda norte-americana, "em alguns casos chegando a um ponto em que pode ameaçar seus covenants financeiros".

Para as commodities, a agência vê um horizonte de preços estáveis ou até mais baixos, o que beneficiará frigoríficos e empresas de ave, tendo o efeito inverso nos setores sucroalcooleiro, de papel e de metais básicos. O impacto, acredita a Moody's, será parcialmente mitigado pela depreciação do real.

Apesar de afirmar que o acesso das empresas ao mercado de capitais pode ser afetado pelas incertezas em relação ao país e às taxas de juros no mundo, a Moody's acrescentou que não vê "nenhum grande desequilíbrio de liquidez nos próximos trimestres, pois muitas empresas brasileiras anteciparam suas necessidades de refinanciamento e a liquidez corporativa geral permanece satisfatória".

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