Economia

Moody's revisa para baixo projeção de crescimento para G20

A agência americana indica em um relatório analítico publicado nesta segunda-feira que "o crescimento do PIB nessas nações (G20) será menor que o esperado em agosto"


	Imagem do prédio da Moody's: A Europa continua centralizando a atenção dos analistas da agência
 (Reprodução)

Imagem do prédio da Moody's: A Europa continua centralizando a atenção dos analistas da agência (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 12h22.

Paris - A agência de classificação de riscos Moody's rebaixou em meio ponto percentual o crescimento econômico dos países do G20 em relação a seu relatório do agosto passado, devido à lentidão dos ajustes estruturais e ao peso da crise em suas economias, enquanto apontou crescimento acima de 5% para países em desenvolvimento como Brasil, China e Índia.

A agência americana indica em um relatório analítico publicado nesta segunda-feira que "o crescimento do PIB nessas nações (G20) será menor que o esperado em agosto, já que os ajustes estruturais só continuarão se materializando lentamente" devido ao resfriamento da economia.

Para os países que compõem o G20, a Moody's apontou na atualização das perspectivas de riscos globais para o período 2012-2014 que o crescimento do PIB global em 2012 será de 1,3%, seguido de um aumento de 1,6% no ano seguinte e de 2% em 2014.

Até 2014, a agência estima que não se possa falar em recuperação econômica global,

e identifica como possíveis riscos uma recessão maior na zona do euro, problemas orçamentários nos Estados Unidos, um aumento do preço do petróleo por tensões geopolíticas e a desaceleração das economias emergentes.

Para a Moody's, é dado como certo que a economia do conjunto da zona do euro estará estagnada em 2013.

"Em nossa opinião, a consolidação fiscal e a volatilidade dos mercados financeiros continuarão pesando sobre a confiança das empresas e os consumidores nas economias avançadas, enquanto a incerteza aguda continuará dificultando a despesa, a contratação e o investimento", declarou o vice-presidente de macroanálise financeira da Moody's, Colin Ellis.

A Europa continua centralizando a atenção dos analistas da agência, que consideram que a saída da crise para o continente continua sendo "incerta", assim como seu "impacto na economia global".


A capacidade do Banco Central Europeu (BCE) de comprar títulos dos Estados nos mercados secundários pode "ganhar tempo" mas "o BCE não pode evitar os dolorosos ajustes que devem ser feitos", acrescentou.

A Moody's adverte que "os ajustes completos podem levar vários anos" e não descarta que a quebra de "vários Estados" da União Europeia e a eventual saída do euro de algum deles, o que levaria a Europa a uma recessão ainda maior, indicou.

Além disso, acredita que haja uma chance em três de que a Grécia abandone a moeda única, embora a rapidez das mudanças de cenário dificulte prognósticos acertados.

Em relação aos Estados Unidos, a agência espera "um crescimento relativamente saudável" em 2013. A redução do gasto público planejada para os EUA beneficiará sua economia, mas um arrocho excessivo pode levar a primeira economia do mundo à recessão, disse.

Paralelamente, segundo Ellis, as estimativas de crescimento para as economias emergentes perderam a força, refletindo "a desaceleração no mundo do comércio e a falta de força significativa da demanda doméstica".

Por isso, a Moody's estima que o conjunto das grandes economias emergentes - como Brasil, China e Índia - registrarão um crescimento "ligeiramente superior a 5% em 2012", seguido de um avanço de 5,5% em 2013 e de 5,7% em 2014.

A agência acredita que o risco de um repentino aumento do preço do petróleo é "relativamente baixo", mas avisou que "dada a fragilidade da economia global, esse aumento poderia ter um impacto grande" no crescimento. 

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