Economia

Monti ressalta "tranquilidade" da situação econômica italiana

Primeiro-ministro italiano explicou que "a dívida privada italiana é mais baixa que nos outros países e existe uma economia privada maior", que os bancos "são estáveis"

Para Monti, o que preocupa os mercados financeiros e as agências de qualificação é a "falta de crescimento" (Feng Li/Getty Images)

Para Monti, o que preocupa os mercados financeiros e as agências de qualificação é a "falta de crescimento" (Feng Li/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2012 às 07h12.

Roma- O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, assegurou nesta quarta-feira que a Itália "está tranquila" e que o aumento do prêmio de risco nos últimos dias se deve às "turbulências na zona do euro pela situação na Grécia".

Em um comparecimento à Câmara dos Deputados, Monti explicou que "a dívida privada italiana é mais baixa que nos outros países e existe uma economia privada maior", que os bancos "são estáveis e não sofrem com a especulação imobiliária e temos uma taxa de desemprego mais baixa, pelo que estamos tranquilos".

O premiê ressaltou que o prêmio de risco italiano, que agora ronda os 480 pontos básicos, disparou "não por um fato específico italiano, mas pelas turbulências dos mercados europeus relacionadas com a situação grega".

Diante disso, afirmou que, "se no Conselho Europeu de 28 de junho for aprovado um pacote confiável de medidas para o crescimento, então o prêmio de risco italiano diminuirá".

Para Monti, o que preocupa os mercados financeiros e as agências de qualificação é a "falta de crescimento", e por isso assegurou que com novas medidas "se terá um prêmio de risco inferior, menores taxas de juros e se facilitará o investimento para as empresas, protegendo a Itália de um possível contágio".

Por isso, o premiê italiano indicou a necessidade de a Europa implementar medidas como os eurobônus ou o chamado Fundo de Amortização da Dívida.

Monti iniciou seu discurso afirmando que se está vivendo uma 'fase particularmente intensa e crucial para a Europa e para a Itália', mas assegurou que a situação de seu país é mais sólida do que há alguns meses.

Monti reconheceu que até recebeu 'conselhos paternos e maternos' para que pedisse 'apoio ao Fundo Monetário Internacional (FMI)'. No entanto, o primeiro-ministro assegurou que a Itália rejeitou esses conselhos e negou que tenha mantido conversas com a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre isso.

"Uma coisa é uma ajuda internacional a um país em dificuldade, como ocorreu com a Espanha, mas só para o setor bancário, e então pode ser aceito. Outra coisa é uma assistência generalizada a um país, que é como ter como governadores o FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia", acrescentou.

Por fim, Monti anunciou que seu Executivo iniciará 'uma operação de crescimento com novas medidas' nos próximos dias.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrises em empresasDívida públicaEuropaItáliaPaíses ricosPiigs

Mais de Economia

Reforma Tributária: relatório está em fase final e votação será na semana do dia 10 de dezembro

Pacote não agrada, IR contamina ajuste e Haddad não descarta novas medidas para frear dívida pública

O que diz a proposta do governo sobre taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês; entenda

Pacheco diz que pacote fiscal será prioridade nas próximas três semanas