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Monti precisa ir além de Davos para conquistar a Itália

Primeiro-ministro italiano foi recebido como herói ao chegar no resort nos Alpes suíços para uma missão de dois dias no Fórum Econômico Mundial.

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2013 às 12h31.

Davos - Mario Monti estava pregando aos convertidos em uma reunião anual da banqueiros e estrategistas políticos em Davos, mas ele precisa atrair os italianos atingidos pela austeridade e se defender de uma ofensiva populista para ter sucesso similar nas eleições nacionais do próximo mês.

O primeiro-ministro italiano, um ex-comissário europeu internacionalmente respeitado que agora lidera uma coalizão de centro, foi recebido como herói ao chegar no resort nos Alpes suíços para uma missão de dois dias no Fórum Econômico Mundial.

Banqueiros estrangeiros que se reuniram com Monti em uma sessão de 45 minutos a portas fechadas descreveram-no como encantador e agradeceram-no por "salvar a Itália e a Europa" quando assumiu o leme de um governo tecnocrata no auge da crise da zona do euro, há 15 meses.

Mas havia preocupação de que promessas de impostos mais baixos e de uma saída fácil da recessão feitas pelo líder da centro-direita e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi pudessem repercutir entre eleitores comuns e terminar tirando dos trilhos as reformas da Itália.

"Monti fez um trabalho muito bom no tempo que teve. É de grande importância que suas reformas sigam sendo implementadas no próximo mandato", disse Herbert Scheidt, presidente do banco suíço Vontobel.

"A classe política tem que... parar de fazer promessas que não pode cumprir. Ela precisa dar uma imagem clara da realidade a seus cidadãos."

Até agora, as pesquisas apontam para uma vitória do Partido Democrático, de centro-esquerda, liderado por Pier Luigi Bersani, que pode terminar se unindo aos centristas de Monti depois da eleição.

Mas Berlusconi, que nunca compareceu ao Fórum de Davos, foi visto avançando entre os italianos, que ainda precisam ver os benefícios das reformas de Monti enquanto a recessão corre solta.

"A vontade de fazer reformas quando Monti entrou era incrivelmente alta. A resistência agora é incrível", disse Siegfried Wolf, presidente do conselho de supervisão do Sberbank Europe AG, uma unidade do credor russo Sberbank.

"É por isso que Berlusconi pode, mais uma vez, pegar bons ventos e a Itália terminar tendo um governo instável".

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