Economia

Montadoras suspendem contratos para evitar demissões

Em seu último levantamento a Anfavea estimou que 25 mil trabalhadores do setor no país estão com contratos de trabalho suspensos


	Montadora: De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, na Volkswagem, em São Bernardo, 2.357 trabalhadores da Fábrica Anchieta terão, a partir de segunda-feira, seus contratos suspensos por cinco meses
 (Germano Lüders/EXAME)

Montadora: De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, na Volkswagem, em São Bernardo, 2.357 trabalhadores da Fábrica Anchieta terão, a partir de segunda-feira, seus contratos suspensos por cinco meses (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2015 às 15h16.

Montadoras de automóveis da região do ABC Paulista adotaram medidas para reduzir custos com trabalhadores, sem promover demissões.

Em seu último levantamento, divulgado mês passado, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estimou que 25 mil trabalhadores do setor no país estão com contratos de trabalho suspensos, no chamado sistema de lay off. 

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, na Volkswagem, em São Bernardo, 2.357 trabalhadores da Fábrica Anchieta terão, a partir de segunda-feira (6), seus contratos suspensos por cinco meses.

Dados do sindicato indicam que a Volkswagem já tem 221 funcionários em esquema de lay off desde 1º de junho. Pela medida, os trabalhadores recebem salários integrais, metade paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e metade pela empresa.

Segundo o sindicato, além de adotar o lay off, a Volkswagem encerrou o terceiro turno, que permitia que a fábrica funcionasse no período noturno. Os cerca de 1,8 mil empregados que trabalhavam à noite foram realocados para outros horários.

As medidas foram tomadas em razão da queda na produção. No ano passado, a fábrica produzia 1,4 mil veículos por dia, número que caiu para 800 este ano.

A Fábrica Anchieta emprega 11 mil pessoas, sendo 8 mil apenas na produção. Acordo intermediado pelo sindicato impede a demissão desses funcionários até 2019.

Na Mercedes-Benz, a proposta aos trabalhadores foi reduzir, por um ano, em 20% a carga horária e em 10% os salários. A proposta garantiria a estabilidade de todos os trabalhadores no período e o retorno de parte dos 300 trabalhadores demitidos.

Ontem (2), os empregados votaram a proposta e a rejeitaram por ampla maioria. As negociações estão interrompidas e não há previsão de reunião entre o sindicato e a empresa.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a manutenção dos empregos nessas montadoras é a grande preocupação nesse momento de incertezas no cenário econômico.

A assessoria de imprensa da Volkswagem informou que não comentará o assunto. A Agência Brasil também manteve contato com a Mercedes-Benz, que não se pronunciou até a publicação da matéria.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaDemissõesDesempregoEmpresasEmpresas alemãsgestao-de-negociosIndústriaMontadorasVolkswagen

Mais de Economia

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte

Desemprego cai para 6,4% no 3º tri, menor taxa desde 2012, com queda em seis estados

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula