Economia

Montadoras crescerão acima do PIB até 2012

Projeção da consultoria Lafis indica recuperação gradual das exportações do mercado automobilístico

Indústria automobilística segue em ritmo acelarado (.)

Indústria automobilística segue em ritmo acelarado (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - O desempenho da indústria automobilística continuará superando o da economia brasileira nos próximos anos. A consultoria Lafis prevê que produção e vendas terão índices maiores do que o Produto Interno Bruto (PIB) no triênio 2010-2012.

Para este ano, a projeção é de crescimento de 6,8% do PIB, de 7,4% das vendas de veículos leves (automóveis e comerciais leves) e de 9% na produção das montadoras. Em 2009, esses indicadores do setor também superaram o registrado pela economia brasileira, que teve leve retração de 0,2%.

Além da forte recuperação do setor industrial - que levou um tombo na crise -, colaboram para esse desempenho em 2010, a redução do IPI encerrada em março, a expansão do crédito e da renda, e a retomada gradual dos mercados externos.

Os números de vendas e produção de veículos também vão superar o PIB nos próximos dois anos (veja tabela abaixo). Segundo a Lafis, "a manutenção do crescimento econômico acima de 4,5% vai sustentar a demanda, embora com taxas mais comedidas".

Veículos leves200820092010 (p)2011 (p)2012 (p)
Produção7,5%0,6%9,0%5,8%8,3%
Vendas14,1%12,7%7,4%6,8%6,4%
Exportação-7,1%-33,6%10,6%16,0%17,2%
CâmbioR$ 1,83R$ 2,00R$ 1,78R$ 1,82R$ 1,83
Fonte: Consultoria Lafis | Elaboração: EXAME.com

 

 


A consultoria lembra também que a idade média da frota brasileira de 8,5 anos fornece boas perspectivas para a renovação. Além disso, as exportações brasileiras serão beneficiadas pela recuperação dos países desenvolvidos.

Riscos de cenário

Um ponto de incerteza, segundo a Lafis, é a possibilidade de aumento no preço dos carros por causa de uma pressão de custos. "Um aspecto que pode impactar negativamente o setor automobilístico é a elevação do preço do minério de ferro, principal matéria prima do aço (um dos principais insumos do setor), fator que pode vir a impactar negativamente os custos das montadoras (o aço contido nos veículos representa em média, entre 6% a 10% do preço final do produto, dependendo do modelo)."

Outro impacto nos custos pode vir da Lei Nacional dos Resíduos Sólidos, estabelece a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, prefeituras, cooperativas de catadores e consumidores na destinação do lixo urbano e de diversos outros tipos, que incluem também partes de automóveis. "Com isso, é possível que as montadoras tenham que instituir programas de reciclagem de determinados itens dos veículos no sentido de se adaptar à nova legislação, o que pode incorrer em aumento de custos", diz o relatório da Lafis.

Um eventual agravamento da crise europeia também é apontado como fato de risco, pois diminuiria o crédito e geraria concorrência intensa das montadoras que buscariam mercados mais saudáveis como o brasileiro.

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