Economia

Moagem de cana no Centro Sul é reduzida a 488,5 milhões de toneladas

A queda na produção, a primeira em 11 anos na principal região produtora do Brasil, ocorre pela menor produtividade dos canaviais

Os EUA aplicam uma tarifa de 54 centavos por galão (3,78 litros) de etanol brasileiro (Nelson Almeida/AFP)

Os EUA aplicam uma tarifa de 54 centavos por galão (3,78 litros) de etanol brasileiro (Nelson Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2011 às 16h06.

São Paulo - A previsão de moagem de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil foi reduzida para 488,5 milhões de toneladas, ante a estimativa anterior de 510,2 milhões de toneladas, apontou a Unica em levantamento divulgado nesta terça-feira.

Na safra passada, o centro-sul processou 556,9 milhões de toneladas.

A queda na produção, a primeira em 11 anos na principal região produtora do Brasil, ocorre pela menor produtividade dos canaviais, por conta do envelhecimento das lavouras e de condições climáticas desfavoráveis para o desenvolvimento das plantas, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

"De acordo com dados apurados pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), o rendimento agrícola da área colhida até o final de setembro atingiu 70,60 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, queda de 18,20 por cento em relação ao valor observado no mesmo período de 2010", afirmou a Unica em comunicado.

A produtividade esperada para a safra 2011/2012 no centro-sul é inferior a 70 toneladas por hectare, redução de quase 20 por cento em relação à média histórica de 85 toneladas por hectare, segundo a Unica.

A previsão inicial de moagem era de 568,5 milhões de toneladas, em março.

Em São Paulo, principal região produtora do país, a produtividade agrícola será a menor dos últimos 20 anos, e a retração em moagem deverá superar 50 milhões de toneladas, com reduções expressivas em Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Araçatuba. O volume responde por cerca de 80 por cento da redução de moagem prevista para todo o centro-sul na safra 2011/2012.


Contudo, a Unica pondera que o impacto da quebra da safra de cana deverá ser menor nos Estados onde houve maior índice de expansão de área de colheita, como Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Em nota, o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, disse que este cenário, combinado com a "expectativa de apenas quatro unidades produtoras iniciando moagem no próximo ano, deverão resultar em um crescimento tímido da produção na safra 2012/2013".

Ele acrescentou que o investimento na renovação do canavial será a melhor alternativa para acelerar o crescimento da produção de etanol e de açúcar a partir da safra 2013/2014. Padua alertou que a capacidade ociosa é significativa na indústria, em meio à falta de matéria-prima.

O levantamento apontou ainda uma recuperação na quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana, que passou para 137,30 kg, ou 1,63 por cento mais que os 135,10 kg da estimativa prévia. "A maior concentração de açúcares na planta deve minimizar a queda prevista para a moagem", apontou a Unica.

Etanol e açúcar - A redução na moagem de cana também impactou numa menor produção que a esperada de açúcar e etanol.

Segundo a Unica, a produção de açúcar deverá atingir 30,8 milhões de toneladas, queda de 2,4 por cento em relação à estimativa anterior. Na safra anterior (10/11), foram produzidas 33,50 milhões de toneladas de açúcar.

A previsão inicial para a safra era de 34,6 milhões de toneladas de açúcar.

A produção de etanol foi estimada em 20,4 bilhões de litros, queda de 2,9 por cento em relação ao número projetado na última revisão. O volume também é quase 20 por cento inferior aos 25,38 bilhões de litros da safra anterior.

Do total a ser produzido nesta safra, 7,83 bilhões de litros serão de etanol anidro e 12,56 bilhões de hidratado.

As exportações de açúcar deverão atingir 21,2 milhões de toneladas nesta safra, uma queda de 13,9 sobre 2010/11.

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