Etanol, em frasco: "Isso vai estimular o plantio e a produção de milho", disse Martin Fraguio, diretor executivo da indústria de milho da Argentina Maizar (Arquivo)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2012 às 15h55.
Buenos Aires - A Argentina deverá ajudar a reabastecer as ofertas globais de milho com uma colheita recorde nesta temporada, mesmo que a indústria doméstica de etanol em rápido crescimento coloque novas demandas sobre o segundo maior exportador mundial.
A produção de etanol no país da América do Sul deve mais que dobrar no próximo ano, uma vez que as novas unidades produtoras do biocombustível estão em conformidade para atender a demanda gerada por leis, que dizem que a gasolina precisa conter 5 por cento de etanol.
Diferentemente do maior exportador de milho, os Estados Unidos, onde as plantas de etanol consomem 40 por cento da colheita, as usinas argentinas devem absorver apenas 1,2 milhão de toneladas --uma fração das colheitas em constante crescimento do país.
O governo espera uma safra recorde nesta temporada de 24,5 milhões de toneladas. Isso significa que as necessidades da indústria de etanol representam menos de 5 por cento da produção.
As exportações totais de milho da Argentina devem aumentar para 18,5 milhões de toneladas, ante as 16 milhões na última campanha afetada pela seca, de acordo com as estimativas do Departamento de Agricultura norte-americano.
A produção de etanol deve aumentar de cerca de 250 mil toneladas este ano, para 600 mil toneladas em 2013, um salto de 140 por cento, com novas usinas começando a operar, de acordo com o Programa Nacional de Biocombustíveis.
Em 2011, a Argentina produziu apenas 130 mil toneladas de etanol.
Fontes da indústria do milho na Argentina disseram também que ao invés de ameaçar as exportações em época de aperto global das ofertas, o boom do etanol poderia impulsionar os plantios em áreas mais distantes dos portos, onde os custos mais altos de transporte tornam a exportação pouco atraente.
"Isso vai estimular o plantio e a produção de milho", disse Martin Fraguio, diretor executivo da indústria de milho da Argentina Maizar.