Miriam Belchior: apesar de previsões inferiores, a ministra do Planejamento afirmou continuar trabalhando com alta do PIB entre 4% e 4,5% para 2013 (Renato Araújo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2012 às 16h46.
São Paulo - A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou nesta sexta-feira, após almoço com empresários e executivos espanhóis em São Paulo, que causou surpresa positiva ao governo o crescimento anualizado de 6% da indústria no terceiro trimestre de 2012. Para ela, o ponto negativo do resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta sexta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi o setor de serviços.
"Acredito que as medidas tomadas no ano estão dando resultado", disse a ministra. Miriam disse ainda que o governo continua trabalhando com um PIB para 2013 entre 4% e 4,5%, mesmo após o banco Goldman Sachs rebaixar a previsão para 3,5% de alta e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, estimar o crescimento em 3% no próximo ano.
Indagada sobre o fraco desempenho da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que caiu 2,0% no terceiro trimestre ante o segundo e recuou 5,6% ante o terceiro trimestre de 2011, Miriam afirmou que o governo continua tomando medidas e colocando o "pé no acelerador" para ganhar velocidade no investimento. Ela citou o pacote de concessões de portos, a ser anunciado nos próximos dias pela presidente Dilma Rousseff, e o edital de concessão do Trem de Alta Velocidade (TAV), previsto para dezembro. Ainda sobre o desempenho negativo da FBCF, a ministra afirmou que o próprio crescimento anualizado da indústria mostra que o setor irá se recuperar.
Já sobre a declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, em meados deste ano, de que o PIB de 1,5% para 2012 seria uma "piada", e diante da dificuldade do País de atingir este porcentual neste ano, a ministra foi categórica: "Você pergunta para ele, porque foi ele que fez o comentário".
Miriam lembrou que o governo reservou R$ 15 bilhões do Orçamento de 2012 para desonerações e que o governo ainda tem uma reserva para permitir novos incentivos. A ministra não citou valores. Por fim, admitiu que esperava que o cenário internacional melhorasse, o que não ocorreu. Segundo ela, por isso o governo seguirá tomando mais medidas para incentivar o crescimento. "Do jeito que estamos, os dados de crescimento de agora dão a alavancagem necessária (para tomarmos estas medidas)", completou.