Economia

Ministros do G20 pedem "mais diálogo e ações" sobre comércio

Pedido acontece poucos dias antes de entrarem em vigor as tarifas dos Estados Unidos sobre importações de aço e alumínio

Trump: comunicado adicionou uma frase que não estava em seu rascunho inicial (Leah Millis/Reuters)

Trump: comunicado adicionou uma frase que não estava em seu rascunho inicial (Leah Millis/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de março de 2018 às 16h50.

Buenos Aires  - Os líderes financeiros mundiais reafirmaram nesta terça-feira seu compromisso de combater o protecionismo mas pediram por "mais diálogo e ações" em relação ao comércio, poucos dias antes de entrarem em vigor as tarifas dos Estados Unidos sobre importações de aço e alumínio.

Os ministros de Finanças e membros de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo, o G20, divulgaram a mudança em seu comunicado, à medida que o encontro de se aproximava de dois dias em Buenos Aires se aproximava do final em meio a preocupações com uma potencial guerra comercial.

O comunicado adicionou uma frase que não estava em seu rascunho inicial, que enfatiza a necessidade de novas negociações sobre questões comerciais.

"O comércio e investimento internacionais são motores importantes de crescimento, produtividade, inovação, criação de emprego e desenvolvimento", afirmou o G20.

"Reafirmamos as conclusões de nossos líderes sobre o comércio na Cúpula de Hamburgo e reconhecemos a necessidade de um maior diálogo e ações. Estamos trabalhando para fortalecer a contribuição do comércio para nossas economias."

O comunicado da Cúpula de Hamburgo, assinado por Trump em julho de 2017, diz que os países do G20 "continuarão a combater o protecionismo, incluindo todas as práticas comerciais injustas".

Mas também diz na mesma frase que eles "reconhecem o papel dos instrumentos de defesa comercial legítimos", uma ambiguidade que fornece aos EUA uma maneira de defender sua motivação para as tarifas. As tarifas de aço e alumínio se baseiam em uma lei comercial de segurança nacional da era da Guerra Fria.

A nova abordagem sobre a necessidade de diálogo comercial ocorre no momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, está preparando planos para punir a China com tarifas sobre suas práticas de propriedade intelectual.

Duas autoridades com conhecimento sobre o assunto disseram que Trump deve impor tarifas de até 60 bilhões de dólares em tecnologia e produtos de telecomunicações chineses até sexta-feira, no mesmo dia em que uma tarifa de 25 por cento sobre aço importado e 10 por cento sobre alumínio será aplicada.

No comunicado final, os ministros do G20 reiteraram suas promessas tradicionais de se absterem de desvalorizações competitivas e evitar orientar suas taxas de câmbio para obter vantagens de exportação.

Mas eles também adicionaram um novo posicionamento sobre as taxas de câmbio, enfatizando a estabilidade e a flexibilidade.

"Fundamentos fortes, políticas sólidas e um sistema monetário internacional resiliente são essenciais para a estabilidade das taxas de câmbio, contribuindo para crescimento e investimento fortes e sustentáveis. Taxas de câmbio flexíveis, quando possível, podem servir como um amortecedor de choques", disse o comunicado.

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