Chipre: "Vamos passar por um período muito difícil. Esta ação inédita de correção do sistema bancário colocará os setores produtivos da economia em grandes dificuldades", declarou o ministro cipriota do Trabalho. (EUCyprus/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2013 às 22h30.
São Paulo - O ministro cipriota do Trabalho, Harris Georgiadis, prevê uma forte recessão e um claro aumento do desemprego devido às medidas impostas no plano de socorro financeiro à Ilha, revela em entrevista ao jornal Bild.
"Vamos passar por um período muito difícil. Esta ação inédita de correção do sistema bancário colocará os setores produtivos da economia em grandes dificuldades. Esperamos uma profunda recessão e um aumento do desemprego", declarou Georgiadis ao jornal.
O acordo para o socorro ao Chipre fechado na madrugada desta segunda-feira com União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional inclui "decisões difíceis e dolorosas", prosseguiu Georgiadis, também vice-ministro das Finanças.
"O que o Eurogrupo nos pede é para corrigirmos todos os desequilíbrios de nossa economia de um só golpe. Isto trará problemas para os cidadãos e para as empresas do Chipre".
O ministro se queixou do desenvolvimento das negociações com o Eurogrupo. "Tenho que dizer que eles também cometeram erros: tomaram decisões que depois foram modificadas e nos enviaram mensagens contraditórias".
Chipre evitou o 'default' graças a um plano de socorro que prevê a liquidação do Laiki Bank, o segundo maior do país, que será dividido em 'banco mau' (entidade residual destinada a desaparecer progressivamente) e um 'banco bom', onde permanecerão os depósitos inferiores a 100.000 euros, que terão uma garantia pública d União Europeia (UE).
O Bank of Cyprus, o maior do país, incorporará os depósitos 'garantidos' do Laiki Bank e assumirá a dívida da entidade liquidada com o Banco Central Europeu (BCE), de 9 bilhões de euros.
Os correntistas do Bank of Cyprus com depósitos superiores a 100 mil euros sofrerão uma taxação de 30%.