Economia

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Luiz Marinho afirmou, contudo, que PEC em discussão na Câmara precisa ser debatida 'com cautela'; no início da semana, pasta defendeu negociação em convenção coletiva

Ministro do Trabalho apoia fim da jornada 6X1 e prioriza convenções coletivas (Divulgação/Agência Brasil)

Ministro do Trabalho apoia fim da jornada 6X1 e prioriza convenções coletivas (Divulgação/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 14 de novembro de 2024 às 19h30.

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O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manifestou nesta quinta-feira, 14, seu apoio ao fim da jornada 6X1, ressaltando que a mudança não deve incluir redução de salários. No início da semana, o Ministério do Trabalho divulgou uma nota defendendo que a alteração fosse tratada em convenções e acordos coletivos.

“A jornada 6X1 é cruel. Pensar você um, dois, três, quatro, dez anos, ter um único dia de folga na semana, imagina só o quanto é cruel, em especial para as mulheres,” declarou Marinho em entrevista divulgada nas redes sociais.

Embora defenda a proposta, o ministro pediu cautela na discussão do tema: “O governo tem grande simpatia e pede serenidade no debate. Devemos trabalhar para acabar com o 6X1, essa é minha posição. Porém, o papel da negociação coletiva é essencial, pois a fixação de horários deve ser feita em mesa de negociação”, afirmou.

Importância da negociação coletiva

Marinho destacou ainda que, em sua época de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, a jornada 6X1 foi eliminada por meio de negociação e mobilização dos trabalhadores, com base na mesma legislação vigente e na Constituição Federal.

"Fizemos isso com acordos de redução de jornada. A maioria desse segmento já trabalha 40 horas semanais, em vez das 44 horas entendidas como jornada máxima”, afirmou o ministro.

Impacto econômico

O ministro ressaltou que o fim da jornada 6X1 poderia trazer benefícios econômicos e sociais, principalmente para as mulheres: “Fica aqui um chamado a todos os segmentos da economia sobre a necessidade de debater a redução da jornada sem redução de salário e, neste contexto, buscar o fim do 6X1, o que seria muito positivo para a economia e para os trabalhadores, especialmente para as trabalhadoras”, enfatizou Marinho.

A proposta para alterar a jornada semanal, atualmente de 44 horas, está formalizada em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). O projeto ganhou destaque nas redes sociais e já conta com o número de assinaturas necessárias para tramitar no Congresso Nacional.

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