Silveira lembrou que defendeu uma maior cooperação energética entre o Brasil e os países da América do Sul há cerca de 60 dias (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 30 de maio de 2023 às 07h31.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira que o governo brasileiro já tomou a decisão política de voltar a comprar energia da Venezuela para abastecer Roraima, único estado brasileiro que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Ele, mencionou, no entanto, que será preciso fazer um estudo de viabilidade técnica e econômica. Esse levantamento, disse, começa a partir de então.
"A definição política está tomada. O que estou dizendo é que a partir de uma definição política, todos nós sabemos, racionalmente, que existem passos técnicos e econômicos a serem tomados - afirmou o ministro a jornalistas no Palácio do Planalto.
Pouco antes, em coletiva de imprensa ao lado do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também indicou o interesse em retomar o negócio com o país vizinho.
Silveira lembrou que defendeu uma maior cooperação energética entre o Brasil e os países da América do Sul há cerca de 60 dias.
" Essa cooperação já existe no caso do gás com a Bolívia. Por que não haver nas grandes potencialidades energéticas, seja de gás, petróleo e energia elétrica com Argentina, Venezuela e com outros países vizinhos, desde que haja viabilidade econômica e técnica?" - argumentou o ministro.
Ele destacou que a volta da importação de energia da Venezuela não interrompe o planejamento para interligar Roraima ao sistema nacional.
"O planejamento segue firme, no sentido de que Roraima possa estar interligada como o último estado da federação não interligado ao Sistema Integrado Nacional, disse o ministro, acrescentando"
"Isso vem fortalecer a necessidade de integração da América do Sul do ponto de vista energético. Nós mantivemos a interligação de Manaus a Boa Vista e podemos, num futuro breve, termos a potencialidade já instalada da Venezuela, Argentina, Bolívia, servindo ao Brasil em caso de crise hídrica, como aconteceu ano retrasado."
Ele lembrou que em 2021 o Brasil contratou a um custo de quase R$ 40 bilhões e a "toque de caixa" energia térmica a gás para suprir a possibilidade de uma crise hídrica. Para ele, isso não faz sentido para o consumidor, se outros países podem colaborar com o fornecimento de energia.
"Isso não faz sentido para o consumidor, partindo-se do pressuposto que nós temos países vizinhos que possam fazer uma interligação socio-econômico e vantajosa para ambos"