Economia

Ministro da Economia da Espanha admite recessão

Dois trimestres consecutivos de queda do PIB marcam uma recessão, o que tem sido amplamente esperado no país

No entanto, Luis de Guindos afirmou que a recessão pode não ser tão ruim quanto se pensava (Dominique Faget/AFP)

No entanto, Luis de Guindos afirmou que a recessão pode não ser tão ruim quanto se pensava (Dominique Faget/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 11h24.

Madri - O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, admitiu que o país provavelmente entrou em sua segunda recessão desde 2009, enquanto os rendimentos da dívida pública do país voltaram a subir para níveis perigosos nesta segunda-feira, diante da preocupação de que Madri não atingirá suas rigorosas metas de déficit orçamentário.

Os dados oficiais sobre a produção econômica total nos três primeiros meses deste ano não serão divulgados até 30 de abril. No entanto, o ministro da Economia disse que o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter apresentado uma queda similar à do período entre outubro e dezembro de 2011, quando a economia encolheu 0,3 por cento na comparação trimestral.

Dois trimestres consecutivos de queda do PIB marcam uma recessão, o que tem sido amplamente esperado na Espanha, mas De Guindos afirmou que a recessão pode não ser tão ruim quanto se pensava.

"No momento, vejo um primeiro trimestre com um padrão similar ao do último trimestre do ano passado", disse o ministro em uma entrevista ao jornal El Mundo publicada nesta segunda-feira.

No entanto, ele acrescentou: "Se você tivesse me perguntado há dois meses, eu esperaria que o primeiro trimestre de 2012 fosse muito pior do que o último trimestre do ano passado. Mas não será o caso." O governo conservador diz que está empenhado em fazer grandes cortes orçamentários. Mas está crescendo nos mercados financeiros a preocupação de que a recessão tornará impossível cumprir as metas do déficit e que a Espanha terá que procurar algum tipo de resgate internacional, como Grécia, Irlanda e Portugal.

Os rendimentos dos títulos espanhóis de dez anos ultrapassaram a marca de 6 por cento nesta segunda-feira pela primeira vez desde o início de dezembro. Isso levantou preocupações de que os custos de empréstimo do governo podem alcançar rapidamente níveis insustentáveis, a menos que o Banco Central Europeu (BCE) volte a comprar títulos do governo em um programa que tem ajudado a conter os rendimentos nos últimos meses.

"Estamos de volta no modo de crise plena", disse o estrategista de taxas do Rabobank Lyn Graham-Taylor. "Está parecendo mais e mais provável que a Espanha terá alguma forma de resgate. Assumindo que não haverá uma intervenção (do BCE), você não verá um limite para os rendimentos espanhóis, eles apenas continuarão aumentando." A economia da Espanha tem encolhido ou estagnado desde a bolha imobiliária que estourou em 2008. Com os preços das casas ainda em queda, a sobrevivência de alguns bancos e a capacidade do novo governo em controlar suas finanças estão em risco.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoCrises em empresasDesenvolvimento econômicoEspanhaEuropaIndicadores econômicosPIBPiigs

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados