Economia

Ministro anuncia acordo preliminar da Grécia com credores

Atenas precisava de um acordo o mais rápido possível para desbloquear uma parcela da ajuda que recebe

Grécia: Em julho, o país enfrenta um vencimento da dívida de quase 7 bilhões de euros (John Kolesidis/Reuters)

Grécia: Em julho, o país enfrenta um vencimento da dívida de quase 7 bilhões de euros (John Kolesidis/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de maio de 2017 às 09h34.

A Grécia alcançou um acordo preliminar com os credores, o que deve preparar o caminho para as negociações sobre a dívida do país, anunciou nesta terça-feira o ministro das Finanças.

"As negociações foram concluídas", afirmou Euclides Tsakalotos, de acordo com a agência oficial ANA.

As negociações entre a Grécia e seus credores (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) haviam sido retomadas em 29 de abril.

Depois das conversações que seguiram por toda a noite, Tsakalotos disse que foi alcançado um "acordo técnico preliminar" antes da reunião de ministros da Eurozona de 22 de maio, uma etapa necessária para aprovar o acordo geral.

Tsakalotos indicou ter certeza de que o acordo vai permitir à Grécia obter medidas de alívio da dívida por parte dos credores.

Para o ministro, as medidas são vitais para ativar a recuperação da combalida economia do país.

Atenas precisava de um acordo o mais rápido possível para desbloquear uma parcela da ajuda que recebe, para conseguir enfrentar os pagamentos da dívida.

Em julho, a Grécia enfrenta um vencimento da dívida de quase 7 bilhões de euros.

A Grécia, pressionada pelos credores, aceitou em abril reduzir os valores das pensões em 2019 e diminuir o ritmo de redução dos impostos a partir de 2020.

Estas medidas devem permitir uma economia de 3,6 bilhões de euros, condição para que o país continue recebendo ajuda financeira. A Grécia obteve ainda autorização para utilizar um valor equivalente para medidas contra a pobreza.

Uma fonte do governo indicou nesta terça-feira que as pensões devem registrar uma redução média de 9%, de acordo com ANA.

As medidas precisam ser aprovadas pelo Parlamento ainda no mês de maio.

Mas o primeiro-ministro Alexis Tsipras declarou que não determinaria os cortes sem um compromisso claro sobre as medidas que permitirão reestruturar a dívida da Grécia.

Atenas espera ainda uma autorização para participar no programa de compra de dívida do Banco Central Europeu (BCE) para facilitar seu retorno ao mercado da dívida.

Mais de 10.000 pessoas protestaram contra os cortes na segunda-feira e uma greve geral foi convocada para 17 de maio.

A Grécia e seus credores concluíram em julho de 2015 um acordo para um terceiro resgate financeiro de 86 bilhões de euros.

Mas o FMI, que se opõe às metas fiscais estabelecidas pela zona do euro para a Grécia e que considera a dívida pública grega insustentável, condiciona sua participação financeira no programa de resgate a um gesto em favor de Atenas.

A Alemanha é contrária à ideia.

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