Tereza Cristina: a ministra disse que o protecionismo em países desenvolvidos ameaça o aumento da produção de alimentos nas nações em desenvolvimento (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de junho de 2019 às 16h26.
São Paulo — A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu o fim do protecionismo dos países desenvolvidos e a adoção de princípios científicos na regulação do comércio internacional de alimentos em discurso na 41ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na madrugada desta segunda-feira (24), em Roma.
Segundo nota distribuída por sua assessoria, essas medidas são mais que necessárias para que nações pobres possam desenvolver seus setores agrícolas e o comércio mundial seja justo e livre para todos.
"Com o atual sistema baseado em regras sendo continuamente testado pelo poder daqueles Estados nacionais aderentes a um populismo regulatório, o Brasil está absolutamente convencido da necessidade de preservar o princípio científico na regulação do comércio internacional de insumos e alimentos. Um sistema global regulado apenas em benefício de alguns países ricos não é do interesse dos produtores e consumidores de alimentos em todo o mundo - e também não é do interesse do Brasil', disse a ministra.
A ministra destacou que o protecionismo em países desenvolvidos ameaça o aumento da produção de alimentos nas nações em desenvolvimento, que ficam competindo com produtos subsidiados. "Um comércio agrícola de fato livre e justo permitiria, sem dúvida, a disseminação de melhoria das condições no campo, onde está concentrada a maior parte da pobreza no mundo. Desencadearia, ademais, um ciclo
Tereza Cristina enfatizou o papel dos agricultores familiares na erradicação da fome global até 2030, meta das Nações Unidas.
A ministra citou que, no Brasil, há 5,1 milhões de propriedades familiares rurais, responsáveis pela renda de 40% da população economicamente ativa e pela maioria dos alimentos consumidos no país. "Esse modelo de sucesso é passível de ser replicado em outros países, sobretudo naqueles de menor desenvolvimento relativo. Para tanto, é crucial considerar agricultura e segurança alimentar conjuntamente às questões de comércio agrícola."