Repórter
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 14h03.
Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 14h09.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para baixo a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 de 2,3% para 2,2%, segundo o boletim macrofiscal divulgado nesta quinta-feira, 13. Na última edição do relatório, a projeção já havia sido reduzida de 2,5% para 2,3%.
A Fazenda afirma que a revisão está relacionada à uma menor projeção de expansão para o PIB do terceiro trimestre, o que impacta também as previsões para o quarto trimestre. Por setor, a projeção de crescimento foi revisada de 8,3% para 9,5% para a agropecuária, caiu de 1,4% para 1,3% para a indústria e recuou de 2,1% para 1,9% para serviços.
"Essa desaceleração já era esperada, repercutindo efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva em vigor", lê-se no boletim da SPE.
A Secretaria destaca que, na comparação trimestral, as concessões reais de crédito dessazonalizadas já apresentaram contração em setembro. Já no mercado de trabalho, verificou-se uma redução da população ocupada e desaceleração no ritmo de expansão dos rendimentos, ainda que a taxa de desemprego tenha seguido em baixa.
Para 2026, a previsão de crescimento permanece em 2,4%, com expectativa de desaceleração da atividade agropecuária, mas maior expansão da indústria e do setor de serviços.
A estimativa para a inflação também foi reduzida: a expectativa para o IPCA, principal índice de preços do consumidor, caiu de 4,8% para 4,6%. Na última edição, havia caído de 4,9% para 4,8%.
O Ministério atribui a revisão a efeitos defasados do real mais apreciado; a menor inflação no atacado agropecuário e industrial; e o excesso de oferta de bens em escala mundial como reflexo dos conflitos comerciais.
"Essa estimativa considera bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica em dezembro", ressalta a pasta.
No ano que vem, a estimativa para a inflação caiu de 3,6% para 3,5%. A expectativa é que o IPCA chegue a 3,2% no segundo trimestre de 2027.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2025, a projeção de inflação caiu de 4,7% para 4,5%, enquanto para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), caiu de 2,6% para 1,4%.
A análise do Ministério da Fazenda constata que o crescimento global tem se mostrado resiliente, mas aponta que as incertezas comerciais e geopolíticas seguem como "riscos relevantes" para a atividade econômica no futuro.
"O crescimento tem surpreendido positivamente nos Estados Unidos, refletindo a expansão da absorção doméstica e de setores ligados à inteligência artificial, apesar do menor dinamismo no mercado de trabalho", afirma a SPE no boletim.
A pasta pontua que a implementação das tarifas americanas, bem como o fim dos movimento de antecipação das importações para escapar das taxas mais elevadas, afetou outras economias globais devido à menor demanda por exportações e investimentos.