Economia

Governo vê fim de embargo à carne até o 2º tri

A liberação de embarques de animais vivos por parte da Arábia Saudita já foi vista como um bom sinal por autoridades brasileiras


	Gado: "O pior já passou", afirmou o o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura sobre as suspensões das importações de carne bovina brasileira
 (REUTERS/Luke MacGregor)

Gado: "O pior já passou", afirmou o o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura sobre as suspensões das importações de carne bovina brasileira (REUTERS/Luke MacGregor)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2013 às 17h20.

São Paulo - O Ministério da Agricultura projeta reverter os embargos à carne bovina brasileira até o segundo trimestre de 2013, disse nesta quinta-feira uma autoridade da pasta.

"Nossa decisão é de ter um esforço para visitar todos os países que estejam com embargo total ou parcial nesses três primeiros meses do ano para ver se começamos o segundo trimestre sem embargo", disse à Reuters o secretário de Relações Internacionais Célio Porto.

O Brasil enfrenta alguns embargos à sua carne bovina depois de registrar um caso "atípico" de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também conhecida como mal da vaca louca.

"O pior já passou", disse Porto, otimista com a reversão dos embargos.

Nesta quinta-feira a Arábia Saudita, o mais relevante entre os países que interromperam as compras, comunicou ao ministério que irá retomar os embarques de animais vivos --embora ainda mantenha a restrição às compras de carne, que são mais volumosas.


Apesar de representar um volume pequeno, a liberação parcial por parte do país árabe é vista pelas autoridades brasileiras como um sinal positivo. "Fizeram um primeiro gesto", disse o secretário.

A Arábia Saudita ocupa a nona posição no ranking dos principais destinos da carne bovina brasileira. De janeiro a novembro, os embarques para lá somaram quase 158 milhões de dólares.

O Ministério da Agricultura pretende enviar uma delegação à Arábia Saudita nos primeiros quinze dias de janeiro, para convencer as autoridades daquele país a reabrirem o mercado.

"Ao invés de ficar esperando eles, vamos lá o mais rápido possível", disse Porto.

Também nesta quinta-feira o Ministério recebeu a comunicação de que o Peru vai interromper por 90 dias a compra de carne bovina brasileira, enquanto analisam informações enviadas pelo Brasil sobre a sanidade do rebanho.


"Nossa ideia é que não dure nem 90 dias", afirmou o secretário, confiante na avaliação positiva dos dados.

Os embarques para o Peru somaram quase 16 milhões de dólares nos primeiros onze meses de 2012, ou 0,1 por cento do total exportado, segundo dados oficiais.

Nesta quinta-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) esclareceu que o Chile suspendeu preventivamente as importações de farinha de carne bovina e de osso do Brasil, mas mantém as compras de carne bovina.

A informação mais recente do Ministério da Agricultura, pasta responsável por monitorar as questões sanitárias, é de que oito países atualmente impõem restrições à compra de carne bovina brasileira: Arábia Saudita, China, Jordânia, Japão, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan, e agora o Peru.

O embargo da Jordânia é apenas à carne originada no Paraná, Estado onde foi registrado o caso atípico de EEB.

Taiwan, apesar de ter anunciado embargo, não realiza atualmente compra de carne bovina brasileira, segundo o Ministério da Agricultura.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaAlimentaçãoComércio exteriorExportaçõesTrigo

Mais de Economia

Governo retoma proposta que permite bloquear emendas parlamentares

Brasil com o maior IVA do mundo? Imposto mais alto não foi criado pela reforma, dizem especialistas

Previdência estuda proibir uso de aposentadorias e pensões em bets