Economia

Mina da Vale em Moçambique está quase pronta

Maputo – A mineradora Vale já completou 75% das obras necessárias para começar a produzir carvão mineral em Moçambique. A informação foi confirmada nesta terça-feira (20) pelo gerente-geral de Finanças da companhia, Fábio Bechara. Até agora, a empresa já investiu US$ 719 milhões (cerca de R$ 1, 2 bilhão) na fase de montagem da Mina […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Maputo – A mineradora Vale já completou 75% das obras necessárias para começar a produzir carvão mineral em Moçambique. A informação foi confirmada nesta terça-feira (20) pelo gerente-geral de Finanças da companhia, Fábio Bechara. Até agora, a empresa já investiu US$ 719 milhões (cerca de R$ 1, 2 bilhão) na fase de montagem da Mina de Moatize, na província de Tete, que começará a exportar carvão metalúrgico e térmico em junho do ano que vem. O total de investimentos deve chegar a US$ 1,3 bilhão (R$ 2,3 bilhões).

Os mercados em vista são Brasil, Europa, China, Índia e Japão, num total estimado de exportações da ordem de 1,2 milhão de toneladas (t) de minério em 2011, com perspectiva de crescimento a partir de 2013. As reservas do minério em Moçambique são estimadas em 870 milhões de toneladas.

"Logística é uma das maiores discussões aqui", disse Bechara, durante palestra na Conferência de Carvão de Moçambique, que reuniu em Maputo técnicos, agentes governamentais e empresários do setor. "Não é fácil, mas é possível atingir todos os objetivos. E a Vale já está preparada para ajudar".

Segundo ele, nenhum plano da empresa foi alterado por eventuais dificuldades na logística moçambicana de transportes, produção ou exportações. Um dos últimos gargalos solucionados, informou Bechara, foi o Porto de Nacala, onde um cais temporário foi ativado e deve atender às necessidades dos exportadores de minério por até dois anos. Dois navios cargueiros estão em construção e uma linha ferroviária está sendo readequada para transportar o carvão pelos mais de 900 quilômetros (km) que separam a Mina de Moatize do Porto de Nacala.

A Vale começou a operar em Moatize em 2004, quando ganhou a concorrência para fazer estudos de viabilidade no local, a mais de 1,7 mil km ao norte da capital moçambicana. Em 2007, a empresa brasileira recebeu autorização de lavra e iniciou as obras de implantação da mina no ano seguinte. Antes de começar as escavações, a empresa precisou realocar 1,3 mil famílias. Só nesse processo foram gastos US$ 50 milhões. Os moradores receberam novas casas de alvenaria e telhado de zinco.

Além da mina de carvão mineral a céu aberto na província de Tete, a Vale já faz estudos preliminares para extrair fosfato e níquel em Moçambique. A empresa atua em 35 países e tem mais de 100 mil empregados. É a segunda maior mineradora do mundo e a primeira em exploração de minério de ferro.

A economia de Moçambique será muito impactada pelas exportações de carvão mineral. Só a Mina de Moatize deve gerar, entre empregos diretos e indiretos, 50 mil postos de trabalho quando estiver funcionando a plena carga. De acordo com a Vale, 90% dos funcionários são moçambicanos. O setor passará, nos próximos anos, a responder por até 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Só em impostos, o Estado moçambicano vai arrecadar o correspondente a mais de R$ 500 milhões anuais.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasMineraçãoSiderúrgicasVale

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados