Economia

Milionários dão recado a seus governos: “Aumentem os nossos impostos”

Grupo formado por mais de 80 indivíduos faz carta aberta pedindo maior taxação sobre ricos para ajudar a cobrir novos programas exigidos pela pandemia

Abigail Disney, herdeira de Walt Disney, é uma das criadoras do movimento (Michael Kovac/Getty Images)

Abigail Disney, herdeira de Walt Disney, é uma das criadoras do movimento (Michael Kovac/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 13 de julho de 2020 às 11h33.

Última atualização em 13 de julho de 2020 às 11h34.

Milionários de sete países deram um recado a seus governos: “Aumentem os impostos que nós pagamos.”

O grupo Milionários pela Humanidade — ou Millionaires for Humanity, formado por mais de 80 indivíduos, incluindo a herdeira da Walt Disney, Abigail Disney; o ex-diretor-gerente da BlackRock, Morris Pearl; e o empresário Djaffar Shalchi, que nasceu no Irã e vive na Dinamarca — pede impostos maiores para os ricos para ajudar a cobrir os bilhões de dólares em novos programas governamentais exigidos pela pandemia da Covid-19.

”Hoje, nós, milionários e bilionários abaixo assinados, pedimos que nossos governos elevem impostos para pessoas como nós. Imediatamente. Substancialmente. Permanentemente”, afirma a carta aberta. “Nós não estamos repondo as prateleiras dos supermercados ou fazendo delivery de comida de porta em porta. Mas nós temos dinheiro, muito dinheiro. Dinheiro que é urgentemente necessário agora.”

A carta, publicada logo antes da reunião do Grupo dos 20, neste fim de semana, não representa o primeiro pedido desta natureza.

Mesmo antes da pandemia abalar os orçamentos públicos, um grupo formado por aproximadamente 200 pessoas que se autodenominam Milionários Patriotas — do qual Disney e Pearl também participam — defendia um sistema tributário mais progressivo.

Na carta aberta, os Milionários pela Humanidade alertam que a pandemia pode empurrar mais milhões de pessoas para a pobreza e sobrecarregar sistemas de saúde já inadequados, que funcionam sobretudo com o trabalhado de mulheres mal remuneradas. Caridade não é a resposta.

“Os líderes governamentais precisam assumir a responsabilidade por levantar os recursos necessários e gastá-los de maneira justa”, afirmou a carta. “Temos uma dívida enorme com as pessoas que trabalham nas linhas de frente desta batalha global. Os trabalhadores mais essenciais são absurdamente mal pagos pelo ônus que carregam.”

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