Economia

Mídia chinesa alerta para aumento arbitrário de tarifas dos EUA

Os principais jornais estatais chineses publicaram um longo comentário da agência oficial de notícias Xinhua em suas primeiras páginas nesta quarta

O povo chinês suportou sofrimentos e crises no passado graças à sua resistência, diz o comentário (Jacquelyn Martin/Reuters)

O povo chinês suportou sofrimentos e crises no passado graças à sua resistência, diz o comentário (Jacquelyn Martin/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 09h55.

Pequim - Certas pessoas que querem brandir o "porrete da hegemonia" diante da China com tarifas para seus interesses pessoais acabarão machucando a si mesmas, disseram grandes jornais estatais chineses nesta quarta-feira, em uma mensagem unificada contra os Estados Unidos.

A China e os EUA estão envolvidos em uma guerra comercial cada vez mais acirrada, e Washington deve começar a impor tarifas de 25 por cento sobre outros 16 bilhões de dólares de bens chineses no dia 23 de agosto -- a medida mais recente do presidente dos EUA, Donald Trump, para forçar Pequim a negociar concessões comerciais.

A mídia estatal chinesa adotou um tom mais brando depois de recorrer a ataques pessoas contra Trump no início desta semana, dizendo que a China consegue sobreviver à tempestade, mas sem mencionar diretamente o líder norte-americano.

Todos os principais jornais estatais chineses publicaram um longo comentário da agência oficial de notícias Xinhua, intitulado "declaração", em suas primeiras páginas nesta quarta-feira.

O povo chinês suportou sofrimentos e crises no passado graças à sua resistência e está progredindo rumo à prosperidade, diz o comentário. A economia mundial está interconectada, e ninguém pode se isolar, acrescenta.

"Certas pessoas remam contra a maré para seus interesses pessoais e vão contra a moralidade; a barreira de tarifas se ergue arbitrariamente, e o porrete da hegemonia é brandido para todo lado", diz o comentário.

"Embora isso possa deixá-las cheias de orgulho por um momento, tornará difícil resolver desequilíbrios econômicos ou políticas caóticas e outros problemas profundamente enraizados".

A China já retaliou os EUA com suas próprias tarifas e propôs outras para o caso de Washington de fato cumprir todas as suas ameaças.

Pequim ainda não deu uma data para suas tarifas retaliatórias a 16 bilhões de dólares de bens norte-americanos anunciadas previamente, que visarão commodities como petróleo cru, gás natural, carvão e alguns derivados de petróleo.

A lista mais recente de 16 bilhões de dólares a serem tarifados pelos EUA atingirá semicondutores da China, embora muitos dos chips básicos destes produtos saiam de EUA, Taiwan ou Coreia do Sul.

John Neuffer, presidente e diretor-executivo da Associação da Indústria de Semicondutores, disse em um comunicado que ficou decepcionado e perplexo ao ver que os semicondutores continuam na lista final de tarifas.

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