Economia

Microcrédito custará R$ 310 mi ao Tesouro em 2012

Mantega disse que as metas do governo preveem que 2,24 milhões de clientes serão atendidos por esta linha de crédito

Serra defende juros baixos e diz que BC não é "intocável" (Arquivo/Exame/EXAME.com)

Serra defende juros baixos e diz que BC não é "intocável" (Arquivo/Exame/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2011 às 16h41.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou hoje que o custo da equalização das taxas de juros, pelo Tesouro Nacional, do novo programa de microcrédito (Crescer) será de R$ 50 milhões neste ano, R$ 310 milhões em 2012, e de R$ 483 milhões em 2013. As taxas de juros cobradas das microempresas e dos empreendedores individuais serão de 8% ao ano, segundo Mantega. Ele lembrou que hoje estão em torno de 4% a 5% ao mês. "Cairão para 8% ao ano, tornando o crédito atraente para este segmento", afirmou o ministro, em discurso em solenidade no Palácio do Planalto.

Mantega disse que as metas do governo preveem que 2,24 milhões de clientes serão atendidos por esta linha de crédito, nos bancos públicos, em 2012. O número salta para 3,46 milhões de clientes em 2013. O ministro destacou que o programa do microcrédito permitirá sair de uma carteira de R$ 654,55 milhões em 2011 para R$ 2,99 bilhões em 2013. Para 2012, o governo estima uma carteira de microcrédito nos bancos públicos de R$ 1 73 bilhão. "Estamos dando um passo decisivo para a democratização do crédito no Brasil", afirmou Mantega.

O ministro disse que o programa terá as menores taxas de juros do mercado. Segundo ele, o objetivo é elevar o padrão de vida da população e a geração de emprego no País. "Vamos dar oportunidade de novos negócios e estimular o empreendedorismo. Esse programa pode dar a porta de saída dos programas do Brasil sem Miséria", afirmou.

Mantega disse que o Brasil sempre foi um País com escassez de crédito para atividades econômicas. Porém, nos últimos anos, disse ele, o governo expandiu o crédito, passando de R$ 420 milhões, em 2003, para R$ 1,850 trilhão em julho de 2011. 


Mantega também destacou o processo de bancarização que ocorreu no Brasil nos últimos anos, dando acesso à população de baixa renda. Segundo ele, 84 milhões de pessoas tinham acesso aos bancos em 2005, número que passou para 118 milhões, agora. "São famílias de baixa renda", disse.

Transformação

A expansão do microcrédito anunciada hoje pelo governo transformará linhas de financiamento ao consumo em linhas de crédito produtivo, avaliou Mantega. "Há uma mudança qualitativa" acrescentou. Segundo ele, a maior demanda pelos recursos da modalidade será para o capital de giro dos pequenos empreendimentos. "Se tiver crédito disponível, o empreendedor poderá aumentar e consolidar o seu negócio", afirmou.

O ministro destacou que, além do atendimento e do acompanhamento diferenciado, os tomadores do microcrédito não precisarão apresentar garantias. "Porque sabemos que com toda essa burocracia o crédito não sai", completou. Ele disse esperar que os bancos privados também passem a oferecer linhas da modalidade que inicialmente será operada apenas por bancos públicos.

Segundo Mantega, a exigibilidade de que 2% dos depósitos à vista sejam direcionados ao microcrédito corresponde hoje a um volume de R$ 3,15 bilhões. Mas o ministro ressaltou que esse porcentual poderá ser aumentado no futuro, caso todos os recursos sejam tomados.

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