Bandeira do México: os dois países devem realizar consultas dentro dos próximos 30 dias buscando uma solução mutuamente satisfatória, aponta o texto (Kevin C. Cox/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2012 às 18h03.
México - O governo do México solicitou nesta sexta-feira à Organização Mundial do Comércio (OMC) a realização de "consultas formais" com a Argentina pelas medidas, segundo sua opinião "protecionistas", que afetam as exportações mexicanas.
A Secretaria de Estado de Economia informou em comunicado que tinha apresentado a solicitação formal diante da OMC para achar "uma solução mutuamente satisfatória" às medidas argentinas que "afetam e restringem a importação" de produtos mexicanos no país.
Explicou que a solicitação "foi feita de maneira coordenada com os Estados Unidos e Japão", que apresentaram em 21 de agosto um pedido de consultas à Argentina similar à do México, que se somam à reivindicação da União Europeia (UE) após a desapropriação da companhia petrolífera YPF.
O pedido é o primeiro passo no processo de solução de controvérsias pela OMC e inicia um procedimento que pode levar anos até sua conclusão.
A Argentina anunciou no final de junho a suspensão por três anos da aplicação do Acordo de Complementação Econômica (ACE) no setor automotivo com o México, por causa do "grave" impacto que, na sua opinião, teve um recente protocolo que o governo mexicano assinou com o Brasil.
Esse protocolo, assinado em 15 de março depois que os produtores brasileiros se queixaram do aumento das exportações mexicanas, estipula uma série de restrições por três anos à troca comercial de automóveis entre Brasil e México.
O governo mexicano classificou a decisão argentina como unilateral ao assegurar que o conceito de suspensão que foi utilizado para frear o comércio de carros é alheio a todo princípio de direito internacional e às práticas comerciais, e anunciou que impugnaria a medida perante organismos internacionais.
Na nota emitida hoje, o governo mexicano "reitera sua profunda preocupação pelas medidas protecionistas que a Argentina aplica, assim como as práticas não transparentes que afetam o comércio entre nossas nações e geram incerteza nos operadores econômicos que pretendem exportar" para o país.
Os dois países devem realizar consultas dentro dos próximos 30 dias buscando uma solução mutuamente satisfatória, aponta o texto.