Economia

México, EUA e Canadá querem encontrar um rumo para o Nafta

ÀS SETE - Marcado por incertezas, os três países levam para a mesa de discussão novas propostas, mas sem descartar a possibilidade do fim do acordo

Ministra das Relações Exteriores do Canadá Chrystia Freeland (Aaron P. Bernstein/Reuters)

Ministra das Relações Exteriores do Canadá Chrystia Freeland (Aaron P. Bernstein/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 07h13.

Última atualização em 1 de setembro de 2017 às 10h29.

México, Estados Unidos e Canadá se reúnem hoje, na Cidade do México, para a segunda rodada de negociações do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta). Marcado por incertezas, os três países levam para a mesa de discussão novas propostas, mas sem descartar a possibilidade do fim do acordo.

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Em vigor há 23 anos, o tratado tem como principal objetivo diminuir as barreiras comerciais entre os países da América do Norte, além de facilitar a circulação de pessoas e diminuir os custos comerciais entre os países-membros.

Porém, desde que assumiu a Presidência, Donald Trump tem feito sérias ameaças de retirar os Estados Unidos do tratado, que, de acordo com ele, mais prejudicou do que trouxe benefícios aos Estados Unidos. Para ele, o pacto gerou desemprego, queda na produção industrial e perdas econômicas para o país.

Trump tem o apoio de alguns setores econômicos. A indústria automobilística, por exemplo, declarou não concordar com a série de restrições de conteúdo estabelecida para circular nos três países-membros.

Em 2010, cerca de 790.000 empregos gerados no México tinham relação direta com o Nafta. Porém, desde com o déficit americano, mais de 40.000 empregos foram eliminados todos os anos. Um recente estudo publicado pela Organização Public Citizen apontou que, em 2014 os Estados Unidos perdeu cerca de 180 bilhões de dólares com o acordo, e o México perdeu cerca de um milhão de postos de trabalho.

Estudos realizados ao longo da formação do Nafta apontaram que alguns acordos não foram benéficos para nenhum dos três países. O gráfico abaixo, por exemplo, mostra o déficit dos Produtos Internos Brutos (PIB) dos membros do Nafta.

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Para a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, as renegociações devem tornar o acordo mais progressista. Completamente dependente, o México teme o fim do Nafta e já divulgou que possui um plano B caso o tratado chegue ao fim.

Atualmente, o país exporta cerca de 80% de sua produção para os Estados Unidos, e por isso tenta diversificar seus parceiros comerciais.

As ameaças de Trump foram feitas, ao longo do ano, pelo seu Twitter, o que foi duramente criticado pelos governos do México e do Canadá. Para o chanceler mexicano, Lus Videgaray, não haveria negociações sobre o Nafta nem qualquer outro acordo por meio das redes sociais.

Além dele, o ministro do Comércio Internacional do Canadá, François-Philippe Champagne, pediu que os governos não comentassem todos os posts de Trump.

Segundo Champagne, toda vez que se reúne com os Estados Unidos, ele ignora os comentários de Trump e deixa os números “falarem”. Especialistas afirmam que o Nafta poderá sobreviver se algumas mudanças forem feitas, mas ressaltam que, com Trump na Presidência, nada é certo.

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