Economia

Mexicanos vendem gasolina no Facebook diante de crise de abastecimento

Escassez começou em decorrência do plano do governo mexicano para combater o "huachicoleo" (roubo de combustível)

Falta de combustível: além das filas de várias horas que se formam, também se viram cenas de desespero na Cidade do México (Fernando Carranza/Reuters)

Falta de combustível: além das filas de várias horas que se formam, também se viram cenas de desespero na Cidade do México (Fernando Carranza/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 16h25.

Cidade do México - Vários anunciantes estão oferecendo galões de gasolina no serviço de compra e venda do Facebook diante da crise de abastecimento de combustíveis que afeta o México nas últimas semanas.

Diante da possibilidade de que a gasolina se esgote ou seja inacessível, alguns cidadãos do Estado do México apostam em buscar postos de gasolina que ainda têm combustível, enquanto outros recorrem a vias ilegais para consegui-lo.

Este é o caso da venda de galões de gasolina através do Facebook, onde anunciantes identificados com seu nome de usuário (que pode ser o real ou não) oferecem combustível a um preço muito maior do que se pode encontrar nos postos de gasolina.

Um usuário oferece em Nezahualcóyotl, município ao sul da Cidade do México, gasolina por 32 pesos (US$ 1,67) o litro, enquanto nos postos está sendo vendida hoje a não mais que 21 pesos (US$ 1,10) o litro.

"Se vocês estão se perguntando por que está tão cara é porque tem pouca e porque passei a noite toda acordado buscando por todos lados", afirma esse usuário em sua publicação.

Outro usuário, que assegura que leva os galões até a localização que o cliente solicitar, publica uma fotografia de várias garrafas de plástico de 20 litros de capacidade nas quais aparece rotulada a palavra "gasolina" e que vende por 800 pesos (US$ 41,82).

No serviço de compra e venda desta rede social é possível encontrar, entre várias imagens humorísticas, múltiplos anúncios similares aos anteriores com preços variados e em diferentes cidades próximas à capital mexicana.

A escassez, que começou em decorrência do plano do governo mexicano para combater o "huachicoleo" (roubo de combustível), por meio do qual se trocou o modelo de fornecimento da estatal petrolífera Pemex e foram fechados os dutos suscetíveis a saques, persiste em pelo menos dez estados do país.

Além das filas de várias horas que se formam em estados como Guerrero, Guanajuato e Jalisco, também se viram cenas de desespero na Cidade do México.

A Pemex destacou na quinta-feira passada em comunicado que na Cidade do México e sua área metropolitana se registraram "compras extraordinárias", o que "afeta a normalidade e pode gerar problemas de abastecimentos nos postos de gasolina e saturação nas vias".

Por sua vez, as autoridades ainda não determinaram quando se restabelecerá o tráfego de combustível ao ritmo prévio a esta crise nem o funcionamento normal dos postos de gasolina do país.

No entanto, membros do governo mexicano se mostraram dispostos a que o fechamento de dutos continue o tempo que for necessário até que se controle o "huachicoleo", que provoca ao Estado perdas de 60 bilhões de pesos (US$ 3 bilhões) ao ano.

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