Economia

Meta é estancar alta da dívida para depois diminuir, diz BC

Ele admitiu, porém, que, tanto a dívida líquida quanto a bruta em relação ao PIB continuam a subir


	BC: o banco anunciou hoje que a dívida líquida do setor público subiu para 36,7% do PIB em dezembro de 2014 ante 36,2% de novembro
 (Gregg Newton/Bloomberg)

BC: o banco anunciou hoje que a dívida líquida do setor público subiu para 36,7% do PIB em dezembro de 2014 ante 36,2% de novembro (Gregg Newton/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 13h12.

Brasília - O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou nesta sexta-feira, 30, que o objetivo do governo é estancar alta da dívida bruta, para depois diminuí-la.

Ele admitiu, porém, que, mesmo com o superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), tanto a dívida líquida quanto a bruta em relação ao PIB continuam a subir.

O economista do BC ressaltou que o discurso do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é o de ter aumentos graduais do superávit primário.

Segundo Rocha, o ministro tem dito que o redirecionamento da política fiscal visa a reduzir o crescimento do endividamento e fazer com que volte para trajetória de queda.

Rocha salientou que, no caso da dívida bruta, o crescimento em 2014 foi superior ao da dívida líquida e a razão para isso é que, para a dívida bruta, não se observa o efeito do ajuste cambial. Na bruta, de acordo com ele, o aumento está explicado pelo resultado nominal no ano.

O BC anunciou hoje que a dívida líquida do setor público subiu para 36,7% do PIB em dezembro de 2014 ante 36,2% de novembro. Em dezembro de 2013, estava em 33,6% do PIB. A dívida do governo central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 1,883 trilhão.

Já a dívida bruta do governo geral encerrou o ano passado em R$ 3,252 trilhões, o que representou 63,4% do PIB. Em novembro, essa relação estava em 63,0% e, em dezembro de 2013, em 56,7%.

DLSP/PIB

O economista detalhou também os impactos das variáveis sobre a elasticidade da dívida líquida do setor público na comparação com o Produto Interno Bruto (DLSP/PIB).

A cada variação de 1% do câmbio implica em queda imediata da DLSP/PIB de 0,16 ponto porcentual no sentido oposto. Em reais, de acordo com o economista, isso significa um montante de R$ 8,25 bilhões.

No caso de um aumento de juro de 1 ponto porcentual mantido por 12 meses, a implicação é de uma alta de 0,29 pp da DLSP/PIB, o equivalente a R$ 12,95 bilhões.

Já sobre a inflação, o técnico informou que cada alta de 1 pp mantida por 12 meses representa um aumento do endividamento de 0,14 pp. Isso significa um montante de R$ 7,9 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDívida públicaIndicadores econômicosMercado financeiroPIB

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo