Economia

Mesmo com S&P, país não caiu para 2ª divisão, diz economista

Para o professor da FGV, evitar esse rebaixamento depende de um programa mínimo de ajuste, que por sua vez precisa de consenso mínimo do ponto de vista político


	A agência Standard & Poor (S&P): "Mais do que o equívoco de um ministro ou o erro de uma presidente, o que estamos assistindo é ao esgotamento do modelo econômico com base no consumo", afirmou professor da FGV
 (AFP/Stan Honda)

A agência Standard & Poor (S&P): "Mais do que o equívoco de um ministro ou o erro de uma presidente, o que estamos assistindo é ao esgotamento do modelo econômico com base no consumo", afirmou professor da FGV (AFP/Stan Honda)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2015 às 15h39.

Curitiba - O economista Gesner Oliveira, professor da FGV e ex-presidente da Sabesp, afirmou nesta sexta-feira, 11, que, mesmo com o corte da S&P no rating do Brasil para o grau especulativo, o País "ainda não caiu para a segunda divisão, mas está na repescagem".

Para ele, evitar esse rebaixamento depende de um programa mínimo de ajuste, que por sua vez precisa de um consenso mínimo do ponto de vista político.

"A perda do grau de investimento pela S&P surpreendeu pelo timing. Essa decisão deve levar outras agências a reduzirem também, mas no caso da Fitch o rating ainda está dois graus acima do nível especulativo, e a Moody's acabou de fazer uma avaliação. Então não seria de se esperar que rebaixasse de novo agora. Por isso, o Brasil ainda tem certo espaço de manobra", comentou, durante debate no XXI Congresso Brasileiro de Economia, promovido pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), em Curitiba.

Segundo ele, existem alguns fatores preocupantes no cenário internacional, como a desaceleração da China, mas nada tão forte que justificasse a recessão no Brasil.

"Mais do que o equívoco de um ministro ou o erro de uma presidente, o que estamos assistindo é ao esgotamento do modelo econômico com base no consumo", afirmou. A consultoria GO Associados, da qual Gesner é sócio, prevê que o PIB do Brasil este ano caia 2,7%.

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