Economia

Mesmo com Brexit, UE quer fechar grande acordo comercial com Reino Unido

Bloco vai procurar fechar um acordo comercial sem tarifas ou cotas sobre produtos comercializados entre a UE e o Reino Unido

Protestos a favor e contra o Brexit, em 2019: Reino Unido saiu da UE na sexta-feira (31) à noite, mas entrou num período de transição que vai até o fim do ano (Henry Nicholls/Reuters)

Protestos a favor e contra o Brexit, em 2019: Reino Unido saiu da UE na sexta-feira (31) à noite, mas entrou num período de transição que vai até o fim do ano (Henry Nicholls/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de fevereiro de 2020 às 10h40.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2020 às 10h44.

São Paulo — A União Europeia (UE) pretende fechar um acordo comercial "altamente ambicioso" com o Reino Unido, o que dependerá das garantias britânicas para garantir um ambiente de concorrência justa, afirmou hoje o principal negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier.

O Reino Unido saiu da UE na sexta-feira (31) à noite, mas entrou num período de transição que vai até o fim do ano. Negociações para um acordo comercial, que o governo britânico espera concluir até dezembro, deverão começar no próximo mês.

Barnier disse hoje que o bloco vai procurar fechar um acordo comercial sem tarifas ou cotas sobre produtos comercializados entre a UE e o Reino Unido. Ele afirmou ainda que o bloco vai buscar um pacto para serviços com "ampla cobertura setorial", incluindo comércio digital, compras públicas, telecomunicações e serviços de empresas.

Por outro lado, Barnier disse que precisará haver checagens alfandegárias e regulatórias para produtos britânicos que entrem na UE no futuro e que a UE tomará suas próprias decisões sobre se a regulação para serviços financeiros do Reino Unido é equivalente aos padrões exigidos pelo bloco.

Barnier afirmou ainda que um acordo comercial dependerá de o Reino Unido garantir concorrência "aberta e justa", incluindo compromissos sobre clima, impostos, ajuda estatal e padrões para o mercado de trabalho "no longo prazo".

Após os comentários de Barnier, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reiterou em discurso nesta manhã que não dará amplas garantias de que o Reino Unido vá se alinhar com as regras e padrões da UE, entrando numa rota de colisão com a UE.

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