Lagarde e Merkel: 'queremos que a Grécia permaneça na eurozona. No entanto, Atenas deve também cumprir com suas obrigações para com a 'troika' , disse a chanceler alemã (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 11h21.
Berlim - O risco de quebra desordenada da Grécia será o principal assunto na pauta desta terça-feira de uma reunião informal em Berlim entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
A reunião deve ocorrer na Chancelaria federal a partir das 20h (17h de Brasília) e não há previsão de entrevista coletiva ao final, informou na segunda-feira o porta-voz do Executivo alemão, Steffen Seibert.
Merkel está especialmente preocupada com a situação da Grécia por ser um dos maiores fatores de instabilidade da eurozona e deseja trocar opiniões com Lagarde, já que o FMI participa dos resgates gregos e é membro da 'troika' que supervisiona as reformas a que está obrigada Atenas por seus empréstimos.
Após a reunião do dia anterior com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a chanceler voltou a lembrar ao Executivo grego que deve cumprir com suas 'obrigações', isto é, com a redução do déficit e da dívida, para seguir contando com o apoio financeiro exterior.
'Queremos que a Grécia permaneça na eurozona. No entanto, Atenas deve também cumprir com suas obrigações para com a 'troika' formada pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI', disse Merkel.
A chanceler pediu a Atenas, com o apoio explícito de Sarkozy, que 'acelere' suas negociações com o setor financeiro privado - que participa de forma extraordinária no segundo resgate heleno.
A chefe do Governo alemão acrescentou que sem uma solução definitiva neste âmbito, que afeta principalmente entidades bancárias francesas e alemãs, 'não será possível o pagamento do próximo lance para a Grécia'.
Lagarde irá nesta quarta-feira à França, onde deve reunir-se com Sarkozy para abordar também a situação da Grécia.
Além disso, é provável que Merkel e Lagarde falem sobre a precária situação financeira da Hungria, cujos bônus para dez anos atingiram na segunda-feira juro de 9,69%.
A Hungria precisa de um empréstimo no valor entre 15 bilhões e 20 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE) para evitar uma moratória, mas a Comissão Europeia condicionou a ajuda à modificação de uma lei que limita a independência do Banco Central e que não se ajusta aos padrões comunitários.