Economia

Merkel não oferece a premiê grego mais tempo em resgate

Já Antonis Samaras prometeu obter os resultados e reduzir o "déficit fiscal e o déficit de confiança" da Grécia

Chanceler alemã Angela Merkel e premiê grego Antonis Samaras conversam na varanda da Chancelaria, em Berlim (Thomas Peter/Reuters)

Chanceler alemã Angela Merkel e premiê grego Antonis Samaras conversam na varanda da Chancelaria, em Berlim (Thomas Peter/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2012 às 12h09.

Berlim - Angela Merkel assegurou ao primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, que quer que o país permaneça na zona do euro, mas não deu sinais de ceder aos seus pedidos de mais tempo para cumprir os rígidos termos do resgate internacional de Atenas.

Samaras, que deixou claro que estava pedindo a Berlim e Paris mais "ar" para implementar as reformas em vez de mais dinheiro, prometeu obter os resultados e reduzir o "déficit fiscal e o déficit de confiança" da Grécia.

"Não estamos pedindo mais dinheiro. Estamos pedindo para respirar nesse mergulho que estamos dando", disse Samaras em entrevista à imprensa ao lado de Merkel.

Mas o máximo que ele conseguiu da chanceler alemã foi uma promessa de que "não faremos julgamentos prematuros, mas que iremos esperar por evidências confiáveis". Ela se referia ao relatório da "troika" de credores internacionais da Grécia.

Samaras deve receber a mesma resposta do presidente francês, François Hollande, em Paris no sábado. Hollande e Merkel coordenaram sua posição em relação à Grécia durante um jantar em Berlim na quinta-feira.

Hollande e Merkel mostraram posição de união, insistindo que a Grécia tem que cumprir suas metas antes de qualquer nova discussão sobre os termos.

Merkel ateve-se firmemente na sexta-feira à sua política de confiar no relatório da troika, formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), embora tenha dito que ela e Hollande não têm dúvidas de que querem a Grécia no bloco monetário.

"A Grécia faz parte da zona do euro e eu quero que a Grécia continue como parte da zona do euro", disse Merkel.

Sem renegociação de termos

Em uma recepção fria a Samaras em Berlim, o líder parlamentar de Merkel, Volker Kauder, disse que "nem o prazo nem o conteúdo pode ser renegociado", e acrescentou que a saída da Grécia "não seria um problema para o euro".

Um jornal alemão informou que o Ministério das Finanças está estudando o impacto de uma saída grega, enquanto o Bild mostrou querer que o líder grego faça uma promessa pessoal para não sobrecarregar os contribuintes alemães.

"Assine aqui, Herr Samaras!", disse o jornal, que como a maior parte da imprensa alemã tem sido duro com a Grécia.


O primeiro-ministro grego reclamou de tal cobertura da mídia, afirmando na entrevista à imprensa que essa "cacofonia" sobre seu país deixar o euro impossibilita o lançamento de privatizações necessárias para restaurar o equilíbrio fiscal na Grécia.

"Alguma empresa investiria em algo em euros se achar que receberá de volta dracmas? Claro que não", disse Samaras.

Merkel afirmou que lê a imprensa grega todos os dias para ver como as medidas de austeridade que ela defende são recebidas, mas acrescentou que não poderia fazer nada sobre a cobertura da mídia alemã.

A reunião deles seguiu-se a um rápido período de otimismo no mercado de que a Europa --e particularmente o BCE-- finalmente adotará uma ação decisiva em um mês agitado de diplomacia em setembro para resolver a crise da dívida soberana.

Com fontes agora dizendo que a Espanha pode estar em vias de pedir um resgate soberano também após um acordo de 100 bilhões de euros para ajudar seu setor bancário, a Europa e o FMI querem destacar a importância de condições rígidas para ajudar.

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