Economia

Merkel: G20 não pode pedir que Alemanha resolva crise sozinha

A chanceler alemã alertou que não se deve "superestimar a força" de seu país

Merkel reiterou o compromisso europeu da Alemanha e sua vontade de contribuir para reativar o crescimento
 (John Macdougall/AFP)

Merkel reiterou o compromisso europeu da Alemanha e sua vontade de contribuir para reativar o crescimento (John Macdougall/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2012 às 07h51.

Berlim - A chefe do governo alemão, a chanceler Angela Merkel, alertou nesta quinta-feira o G20 contra a tentação de contar com a Alemanha sozinha para resolver a crise mundial e disse que não se deve "superestimar a força" de seu país.

"A força da Alemanha não é ilimitada", declarou em um discurso no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento, dedicado à próxima cúpula do G20 em Los Cabos, no México. Disse ser consciente de que, "mais uma vez, todos os olhos estarão fixados na Alemanha" nesta reunião na qual a crise da dívida será "o tema central".

Apesar de tudo, Merkel reiterou o compromisso europeu da Alemanha e sua vontade de contribuir com os esforços para reativar o crescimento.

A todos aqueles que exigem mais compromisso por parte da Alemanha, eurobônus, "a todos aqueles eu digo: sim, a Alemanha é forte, é o motor da economia e o polo da estabilidade na Europa", e quer colocar esta força e esta estabilidade "a serviço da Europa".

Mas, neste contexto, "todos os pacotes (de ajuda) cairão no vazio se a força da Alemanha for superestimada", advertiu.

Assegurou que seu país não se contentará com "soluções fáceis", com a "mediocridade" nas receitas colocadas em funcionamento para enfrentar a crise, e reafirmou sua intenção de lutar por uma união política, a única capaz de impulsionar o crescimento sobre "uma base sólida e honesta".

Conseguir uma Europa unida é uma "tarefa histórica", julgou.

Mas a Europa não é a única que precisa fazer esforços, acrescentou a chanceler. "Todos têm que deixar de financiar o crescimento com novas dívidas", disse, dirigindo-se em particular aos Estados Unidos, cujos déficits são, muitas vezes, denunciados pela Alemanha.

"A eurozona não pode assumir toda a responsabilidade do crescimento. Todos os sócios devem fazer esforços", disse.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCrises em empresasEuropaG20Países ricos

Mais de Economia

Medidas do governo só afetam 'morador de cobertura', diz Haddad

Após reunião com Lula, Haddad diz que pacote alternativo ao IOF deve ser enviado à Casa Civil hoje

Argentina anuncia pacote para levantar até US$ 7 bilhões

Embate sobre aumento de impostos mostra que governo segue perdendo cabo de guerra com Congresso