Economia

Merkel defende regulação financeira contra especulação

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje que a União Europeia (UE) deve tirar as lições necessárias da crise grega e instituir mecanismos de regulação do setor financeiro, que detenham a especulação e criem meios de controle que garantam o cumprimento do Pacto de Estabilidade do bloco. Merkel anunciou que, na quarta-feira, levará […]

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2010 às 10h59.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje que a União Europeia (UE) deve tirar as lições necessárias da crise grega e instituir mecanismos de regulação do setor financeiro, que detenham a especulação e criem meios de controle que garantam o cumprimento do Pacto de Estabilidade do bloco.

Merkel anunciou que, na quarta-feira, levará ao Parlamento o projeto de lei para a estabilização da zona do euro - medida que visa à ativação da assistência financeira da Alemanha para a Grécia. No entanto, a chanceler ressaltou que a discussão não pode terminar após a concessão de créditos.

"É preciso tirar as lições necessárias desta crise em duas direções. Por um lado, os mecanismos de regulação não estão desenvolvidos o suficiente para conter a especulação. Por outro, uma das tarefas de nosso Governo será desenvolver meios de controle que evitem burlar o Pacto de Estabilidade", afirmou Merkel em um discurso à imprensa.

O programa de ajuda à Grécia sobe para 110 bilhões de euros, dos quais 30 bilhões corresponderão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e 80 bilhões aos países da zona do euro.

A Alemanha contribuirá com 22,5 bilhões de euros, dos quais 8,4 bilhões serão desembolsados no primeiro ano com um empréstimo do KfW Banking Group, com garantia do Estado. O resto será distribuído nos dois anos seguintes.

Merkel justificou o plano de ajuda com o argumento de que se trata do último recurso diante de uma situação de emergência. Segundo ela, existia o perigo iminente de que a Grécia não pudesse recorrer mais aos mercados financeiros para se refinanciar.

O ministro de Exteriores e vice-chanceler alemão, Guido Westerwelle, reiterou, por sua vez, a decisão do Governo de condicionar a ativação do plano de ajuda. A condição seria Atenas aceitar um plano de ajuste fiscal negociado com o FMI.

"Se tivéssemos dado um cheque em branco, como alguns queriam, antes que existisse um plano de ajuste, não teríamos garantia de que Grécia empreenderia as medidas de consolidação necessárias", disse Westerwelle.

Tanto ele quanto Merkel insistiram que o plano não só tinha como objetivo ajudar à Grécia mas, antes de tudo, conseguir a estabilização de toda a zona do euro e, consequentemente, atender também aos interesses alemães.

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