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Da Redação
Publicado em 23 de março de 2010 às 18h38.
Rio de Janeiro - Apesar da expectativa de que seja fechado ainda esse ano um acordo comercial com União Européia (UE), o Mercosul ainda não recebeu nenhuma sinalização de que os europeus poderiam flexibilizar barreiras importantes, afirmou nessa terça-feira o Ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.
"Já fizemos da parte do Mercosul um gesto muito importante em direção da União Européia e, agora, é preciso que eles respondam porque não pode ter gesto só de um lado," disse o chanceler a jornalistas, no Fórum Urbano Mundial, que acontece no Rio de Janeiro.
"Se fizermos mais, não vamos mais ter moedas para negociar quando as conversas da OMC recomeçarem. Não pode. Tem que ter contrapartida deles", acrescentou Amorim.
O Mercosul cobra mais acesso dos seus produtos ao mercado europeu e acusa a UE de impor barreiras fitossanitárias, sanitárias e alfandegárias para impedir a concorrência de importados mais baratos.
"Queremos, evidentemente, mais espaços para nossos produtos agrícolas. Eliminar barreiras, aumentar cotas e dar mais acesso ao etanol brasileiro", revelou o chanceler.
Para Amorim, um acordo com a UE pode servir de parâmetro para avanços comerciais com outros países, entre eles os Estados Unidos.
"Temos que evoluir com a UE para avançar depois com outras nações em um quadro conceitual adequado e era o caso de aproximar as ofertas", afirmou Amorim, que vai se reunir em 31 de março nos EUA, na Conferência sobre Doadores ao Haiti, com Catherine Aston, representante da UE.