Economia

Mercosul e UE devem "consolidar integração" para gerar acordos

Perante "protecionismo crescente", ambos blocos devem gerar as condições necessárias para uma "efetiva integração econômica", declarou especialista

UE: na opinião do especialista, o "grande desafio" para a UE é o Mercosul (Darren Staples/Reuters)

UE: na opinião do especialista, o "grande desafio" para a UE é o Mercosul (Darren Staples/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de junho de 2017 às 21h20.

Última atualização em 21 de junho de 2017 às 21h21.

Montevidéu - O Mercosul e a União Europeia (UE) devem "consolidar sua integração" para gerar acordos, segundo afirmaram nesta quarta-feira os especialistas em comércio Lorella de la Cruz Iglesias e Enrique Iglesias durante a abertura do 1º Fórum de Investimento Europeu no Uruguai que acontece em Montevidéu.

Perante o "protecionismo crescente no mundo", ambos blocos devem gerar as condições necessárias para uma "efetiva integração econômica", declarou Iglesias, contador e ex-diretor da Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).

"A verdade é que ainda nos falta a capacidade de poder pôr em marcha uma efetiva integração econômica que seja capaz de criar pouco mais que 18% do comércio entre nós", expressou o especialista durante a sua participação no painel de abertura deste encontro.

Iglesias destacou que o tratado de livre-comércio (TLC) que está sendo negociado por Mercosul e UE "tem muito a ver" com a possibilidade de dinamizar os investimentos europeus e "converter-se em um motor" que gere um movimento de integração "mais vigoroso" na região.

"Há 26 países com a UE. Se nós, os países do Mercosul, que somos quatro (a Venezuela não participa desta negociação), conseguirmos alcançar rapidamente um processo de integração haverá 30 países com os quais os países europeus terão tratado. Será uma área preferencial de 57 países", assegurou.

Para o também ex-chanceler uruguaio (1985-1990) a projeção do acordo entre estes blocos servirá para a criação de uma mobilização que poderá "revigorar" a região latino-americana.

"Nós necessitamos do apoio dos acordos europeus para fortalecer as nossas cadeias de valor", sentenciou.

Por sua parte, o chefe adjunto da Unidade da América Latina da Direção Geral de Comércio Exterior da Comissão Europeia ressaltou a necessidade de que o Mercosul e a UE consolidem sua relação para que possam "avançar em cifras".

"Uma coisa que é fundamental em toda relação comercial de investimento é assegurar que existe um marco previsível, estável e transparente de negócios nos respectivos países", indicou.

Em sua opinião, o "grande desafio" para a UE é o Mercosul, bloco do qual esperam que esteja na fase final para a conclusão de um TLC.

Além disso, De la Cruz Iglesias salientou a importância da diversificação "de intercâmbios" entre ambos blocos, já que, como detalhou, a UE importa da América Latina matérias-primas e produtos agrícolas enquanto que a Europa exporta à América Latina produtos manufaturados.

"Temos que alcançar uma maior integração das cadeias produtivas e de valor, essa é uma matéria que temos pendente", declarou.

Durante o ato de abertura deste fórum participou o embaixador da UE no Uruguai, Juan Fernández Trigo, que ressaltou que o Uruguai é um país que funciona como "porta de entrada" para o Mercosul e, portanto, a negociação entre ambos blocos "vai por um bom caminho".

"Para nós o acordo abre algumas expectativas importantíssimas de incrementar a nossa presença, não somente no Uruguai, senão em todo o Mercosul", disse.

O primeiro painel de abertura deste fórum, denominado "Importância das relações entre a América Latina e a União Europeia", foi conduzido pelo diretor da Agencia Efe para o Cone Sul, Pedro Damián Diego Pérez.

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