Economia

Mercosul buscará acordo comercial equilibrado com UE

"Um acordo amplo, que não esteja restrito somente a certos setores de interesse; que seja equilibrado", explicou o vice-ministro econômico do Paraguai


	Acordo: o Mercosul oferece à UE "acesso a um mercado genuíno" sem concorrentes para o bloco europeu
 (Neil Hall/Reuters)

Acordo: o Mercosul oferece à UE "acesso a um mercado genuíno" sem concorrentes para o bloco europeu (Neil Hall/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 15h39.

Assunção - O vice-ministro para Assuntos Econômicos e de Integração do <a href="https://exame.com.br/topicos/paraguai"><strong>Paraguai</strong></a>, Rigoberto Gauto, afirmou nesta segunda-feira que o <a href="https://exame.com.br/topicos/mercosul"><strong>Mercosul</strong></a> buscará a concretização de um acordo de livre-comércio "amplo, equilibrado e ambicioso" com a <a href="https://exame.com.br/topicos/uniao-europeia"><strong>União Europeia</strong></a> (UE), durante a reunião que os blocos terão em outubro em Bruxelas.</p>

"Um acordo amplo, que não esteja restrito somente a certos setores de interesse; que seja equilibrado, vale dizer que ambas partes sejam capazes de outorgar o essencial de seu mercado como contribuição; e ao mesmo tempo que seja ambicioso, no sentido de abranger o principal do setor das negociações", disse Gauto à imprensa na sede da chancelaria paraguaia em Assunção.

Nesse sentido, ressaltou que o Mercosul oferece à UE "acesso a um mercado genuíno" sem concorrentes para o bloco europeu.

"Essa é a compensação, isso é o que se chama equilíbrio, amplitude e ambição (...). Eles têm que avaliar que estamos oferecendo um acesso a um mercado genuíno", afirmou Gauto.

O representante paraguaio lembrou que o Mercosul não tem acordos de livre-comércio com nenhum outro país ou bloco, e que, por outro lado, a UE "tem com muitos", razão pela qual os sul-americanos terão outros concorrentes caso as negociações sejam concretizadas.

Gauto também especificou que a oferta que o Mercosul apresenta ao bloco europeu "tem muito mais relevância", do ponto de vista econômico, que a da União Europeia.

"Em primeiro lugar, nós (Mercosul) estamos partindo de tarifas muito mais elevadas que as da União Europeia, portanto vão se beneficiar muito mais e, sobretudo, estamos oferecendo um acesso genuíno ao mercado", salientou.

Além disso, reconheceu que tanto o Mercosul como a UE concordam nesta proposição, embora ainda fique "uma lacuna grande" em relação a certos setores, como a cota de carne ou as de etanol.

"Isso também vai significar para nós outorgar setores que são de interesse dos europeus", frisou.

A apresentação das propostas comerciais entre o Mercosul e a União Europeia aconteceu em Bruxelas (Bélgica) no último dia 11 de maio.

As conversas sobre este amplo acordo de associação, que inclui um tratado de livre-comércio, começaram em 1999, mas após uma infrutífera primeira troca de ofertas de acesso a mercados em 2004, ficaram paralisadas até 2010, quando as partes decidiram retomá-las às margens da cúpula euro-latino-americana desse ano em Madri.  

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