Economia

Mercado sobe previsão da inflação em 2020 para 2,99%

Projeção para o índice em 2021 foi de 3,02% para 3,10%

Shopping: relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50% (Germano Lüders/Exame)

Shopping: relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50% (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de outubro de 2020 às 09h35.

Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 09h38.

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 26, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 2,65% para 2,99%. Há um mês, estava em 2,05%. A projeção para o índice em 2021 foi de 3,02% para 3,10%. Quatro semanas atrás, estava em 3,01%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3 25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Em 9 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de setembro foi de 0,64%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 3,14%.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 2,82% para 2,91%. Para 2021, a estimativa do Top 5 passou de 3,17% para 3,27%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,12% e 3,20%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, ante 3,48% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,38%, ante 3,50% de quatro semanas antes.

PIB

Os economistas do mercado financeiro revisaram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração de 5,00% para queda de 4,81%.

Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,04%. Para 2021, o mercado financeiro mudou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,47% para 3,42%. Quatro semanas atrás, estava em 3,50%.

No Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 5,98% para retração de 5,90%. Há um mês, estava em baixa de 6,30%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 4,27% para 4,00%, ante 4,41% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,40% para 67,74%. Há um mês, estava em 67,00%. Para 2021, a expectativa permaneceu em 70,00%, ante 69 95% de um mês atrás.

Déficit primário

O Relatório de Mercado Focus trouxe hoje manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano seguiu em 12,00%. No caso de 2021, foi de 3,00% para 3,10%. Há um mês, os porcentuais estavam em 12,00% e 2,84%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 15 80%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, permaneceu em 6,87%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 15,50% e 6,50%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções nos últimos meses refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

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